No último dia da propaganda eleitoral, a campanha de Fernando Haddad (PT) atacou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto. Em uma postagem na conta oficial do Twitter do PT, o capitão reformado é comparado a Adolf Hitler (1889 – 1945). O candidato petista também encerrou sua fala na propaganda que foi ao ar nesta quinta-feira citando Deus pela primeira vez.
Na bloco do horário eleitoral, o programa petista atacou pela primeira vez Bolsonaro, líder nas pesquisas. Até esta quarta, os petistas não tinham citado o nome do capitão reformado nas propagandas da TV, que começaram no dia 31 de agosto.
Os petistas planejavam iniciar os ataques ao candidato do PSL no segundo turno. Bolsonaro, com 32% dos votos, e Haddad, 21%, lideram a pesquisa de intenções, segundo o Datafolha.
O crescimento de Bolsonaro fez o PT mudar a estratégia e antecipar o ataque ao candidato do PSL. A propaganda do PT lembra a atuação de Bolsonaro como deputado federal.
“[Bolsonaro] foi o único deputado que votou contra o fundo de combate à pobreza. Votou contra a valorização do salário mínimo. Mas quando foi para aumentar o próprio salário, ele votou a favor. Não vote em quem sempre votou contra você. Bolsonaro não”, disse a propaganda petista.
No horário eleitoral, Haddad também fez um aceno aos eleitores religiosos. O petista citou Deus pela primeira vez desde o início da propaganda eleitoral. Ele encerrou sua fala na propaganda que foi ao ar nesta quinta-feira com a frase “que Deus abençoe a todos”.
Haddad estudou Karl Marx (1818 -1883), filósofo alemão que definia a religião como o “ópio do povo”. O ex-prefeito de São Paulo considera-se um pós-marxista, mas nunca falou claramente se é ateu ou não.
O recurso a Deus é uma tentativa de neutralizar a declaração de alguns dos principais líderes evangélicos do País de apoio a Jair Bolsonaro, líder nas pesquisas. O bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, foi uma dos líderes evangélicos a dizer que vai votar no capitão reformado na eleição do dia 7 de outubro.
Salto
Jair Bolsonaro (PSL-RJ) saltou de 30% para 40% dos votos entre os evangélicos neopentecostais entre meados de setembro e o começo desta semana, de acordo com o Datafolha. No fim de semana, ele recebeu o apoio do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus.
Articulação
O candidato Jair Bolsonaro é o presidenciável que tem menos capacidade para se articular com deputados e senadores caso seja eleito para comandar o Brasil. A conclusão se baseia em um levantamento que ouviu 51 líderes partidários, presidentes de comissões e políticos atuantes em diferentes frentes no Legislativo.
Apenas 1,75% dos parlamentares consultados considera Bolsonaro alguém com capacidade de articulação. Geraldo Alckmin (PSDB-SP) foi o mais citado como bom articulador (59,6% dos ouvidos).
Fernando Haddad ficou em segundo lugar, mencionado por 17,54%. O estudo foi realizado pelo site Congresso em Foco em parceria com a agência de comunicação FleishmanHillard Brasil.
As semelhanças vão muito além do discurso. Você quer que a história se repita? Então, evite! #EleNão pic.twitter.com/LkU6bsCfZ1
— PT Brasil (@ptbrasil) October 4, 2018
