O ex-presidente de Cuba Fidel Castro completa 90 anos neste sábado (13). Sua revolução, uma das mais duradouras, já completou 57 anos. Uma década se passou desde que ele transmitiu o poder a seu irmão Raúl, 85 anos. Poucos líderes revolucionários conseguiram governar por tanto tempo.
Alguns cubanos estão convencidos de que Fidel continua mantendo poder supremo sobre a ilha. A maioria dos observadores, entretanto, está certa de que Raúl está no controle e questiona-se apenas quanta influência Fidel ainda tem sobre as questões do Estado. É uma questão difícil de responder. Exceto pelos mais altos escalões do governo, o processo político cubado é opaco. O que acontece nos altos círculos do governo é desconhecido fora deles.
Ele provavelmente ainda tem alguma força política. O lento progresso do programa de reforma econômica de Cuba, uma prioridade para Raúl, deixa a impressão de que um peso-pesado da política está fazendo força no sentido oposto. Desde a aprovação do programa, cinco anos atrás, em uma das raras cúpulas do Partido Comunista, apenas 20% das suas medidas foram implementadas, de acordo com o próprio Raúl.
Fidel tem sido uma figura controversa e polarizadora da história da América Latina, mas certamente será um dos seus capítulos mais importantes. Para muitos, ele continua sendo um herói por sua luta contra a dominação americana em seu próprio país e em assuntos hemisféricos. Cuba foi a única nação latino-americana a se manter independente dos EUA durante a Guerra Fria (1945-1991).
Como nenhum outro líder latino-americano, Fidel vai ser lembrado por chamar a atenção para as grandes injustiças sociais e as profundas desigualdades em riqueza e oportunidades. Mas muitos outros o consideram um ditador que insistiu em controlar todos os aspectos da vida em Cuba, sacrificando seus cidadãos a uma ideologia que não funciona e a suas próprias ambições. (Folhapress)
