As autoridades holandesas apresentaram um plano de ação conjunta para gerir o fluxo migratório na Europa. Na prática, o plano propõe a devolução de refugiados que cheguem às ilhas gregas para a Turquia.
Em troca, os países europeus se comprometeriam a acolher entre 150 mil e 250 mil refugiados anualmente. Sob essa condição, a Turquia estaria disposta a voltar a receber migrantes.
Em entrevista ao jornal De Volkskrant, o líder do grupo parlamentar socialista (segunda força na coalização que governa a Holanda), Diederik Samsom, declarou que o governo do país vem arquitetando essa proposta desde dezembro com o objetivo de por fim à crise humanitária no continente europeu. A Holanda, que atualmente preside o Conselho da UE (União Europeia), já começou a tratar do plano com os países-membros, e planeja colocá-lo em vigor a partir de março.
No entanto, para que o plano holandês saia do papel, é preciso que os europeus reconheçam formalmente a Turquia como um país seguro – pauta em negociação na Comissão Europeia. Enquanto pondera a proposta, o grupo evita entrar em detalhes e ressalta que continuará atendendo as solicitações de refúgio caso a caso. A UE empreende um plano de reassentamento de 20 mil refugiados, e o bloco já negocia um esforço adicional para receber migrantes da Turquia, embora a dimensão da iniciativa ainda não tenha sido estipulada. Além disso, o grupo tem um acordo de readmissão com o governo turco, previsto para entrar em vigor no ano que vem.