O lobista João Augusto Henriques, ligado ao PMDB, afirmou ter feito um pagamento de 1 milhão de dólares em uma conta bancária do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em depoimento à Justiça Federal, ele detalhou que o depósito foi realizado a pedido de outro parlamentar, Felipe Diniz, filho do ex-líder do partido na Casa, Fernando Diniz.
“Eu queria pagar ao filho, porque o Fernando Diniz já havia morrido [em 2009]. E a conta que ele tinha me dado, eu soube depois que era de Cunha. Foi 1 milhão e pouco, em 2012 ou 2013”, disse o lobista. O pagamento se deu em função de um contrato da Petrobras para exploração de petróleo em Benin (África).
Henriques é um dos denunciados em processo envolvendo o ex-gerente da área internacional da estatal, Jorge Zelada, preso em Curitiba (PR) por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em seu depoimento, disse que nunca deu qualquer quantia aos funcionários da estatal. Confirmou a amizade com Zelada desde a época em que trabalhou na Petrobras, mas negou que tenha participado da indicação do colega para o cargo de diretoria.
Por meio da assessoria de imprensa da Presidência da Câmara, Cunha voltou a afirmar que nunca recebeu “qualquer vantagem indevida”. No dia 16, ele já havia divulgado nota em que reiterava o depoimento dado à CPI da estatal, negando manter contas no exterior. (AG)
