Todo esse tempo você sempre achou que seu apelo romântico se devia às suas roupas, aparência ou ao charme de sua personalidade. Mas, na verdade, tudo o que você precisava fazer era zerar seu saldo negativo no cartão de crédito. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo site de finanças pessoais NerdWallet. Segundo o levantamento, quase metade dos americanos, ou 49% deles, considera dívidas no cartão de crédito um fator desestimulante em um parceiro em potencial.
As mulheres temem aproximar-se de alguém atolado em dívidas, e 51% delas (em comparação com 46% no caso dos homens) dizem: “Desculpe, não estou interessada”. “As pessoas simplesmente não querem entrar em um relacionamento com alguém endividado”, afirma Sean McQuay, especialista em cartões de crédito na NerdWallet. “As pessoas deveriam estar sempre procurando quitar suas dívidas, mas isso, aparentemente, é duplamente importante se você estiver em busca de um relacionamento. Você vai ter mais chance de arrumar um parceiro.”
Resumindo: ter dívidas no cartão de crédito não é sexy. A NerdWallet descobriu que 70% dos americanos acham que há um estigma desagradável associado (a uma dívida no cartão), em contraposição a outros tipos de “bom” endividamento, como um financiamento habitacional ou empréstimo estudantil.
É por isso que 35% dizem ter vergonha até mesmo de admitir quanto devem no cartão, e 43% dizem sentir-se julgados por amigos e familiares. Mas será que somos realmente tão calculistas ao fazer nossas escolhas românticas? Afinal, quase todos nós já nos confrontamos com dívidas de cartão de crédito em um ou outro momento em nossas vidas. E um vínculo presumivelmente humano significa mais do que números em uma contabilidade.
Além disso, a família americana média deve 15,355 mil dólares a operadoras de cartões de crédito. Se todos defrontam-se com dificuldades similares, dificilmente podemos nos considerar (financeiramente) acima de qualquer suspeita, em nossas vidas românticas. Mas pessoas solteiras consultadas em mídias sociais dizem que “passariam o dedo da direita para a esquerda”, como fazem os usuários do Tinder, quando desejam declinar interesse.
Não necessariamente por causa da dívida em si, mas por causa do que ela pode simbolizar: irresponsabilidade, problemas de autocontrole, falta de previsão. Parceiros em potencial podem temer também acabar “enrolados” com seja lá que dívidas você contraiu.
Claro, as pessoas podem mudar seus hábitos financeiros – isso acontece. Mas é melhor assumir relacionamentos com os olhos bem abertos – e reconhecer desencontros financeiros logo de cara, e não somente depois de algum tempo.
“Mantenha parceiros com crédito e débito problemáticos a distância, até que demonstrem verdadeiros progressos em se corrigir”, sugere LaKhaun McKinley, planejadora financeira em Grand Rapids, Michigan (EUA). “Crédito ruim e má administração de dinheiro simplesmente não evaporam de uma hora para outra. O casamento provavelmente não durará”, alerta.
A situação de namoro em potencial é ainda pior se você tiver mais de 65 anos e estiver endividado no cartão de crédito. A pesquisa mostrou que 62% dos idosos disseram que passariam batido por você como parceiro romântico. Para efeito de comparação, apenas 46% dos integrantes da geração do milênio, aqueles nascidos a partir dos anos 1980 até meados da década de 1990, disseram que evitariam a aproximação de pessoas com dívidas no cartão de crédito.
As pessoas que fazem parte da geração do milênio têm décadas para se recuperar de problemas de endividamento, mas os idosos não podem se dar a esse luxo. “Assumir grandes dívidas nessa idade significa que a pessoa não tem muitas oportunidades de tempo e trabalho para ganhar dinheiro e zerar o saldo negativo”, afirma McQuay. “Então, eles simplesmente decidem que [um parceiro em potencial nessa situação financeira] não vale a pena.”
Isso tudo pode parecer um pouco frio, para os verdadeiros crentes em amor romântico. Mas gaste um minuto para fazer uma autópsia em seus próprios relacionamentos anteriores que fracassaram. Você poderá descobrir que o comportamento financeiro – como você gasta e poupa – teve um papel importante na forma como as coisas desmoronaram.