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Índia determina inspeção urgente de todos os Boeing 787 do país após acidente com 279 mortos

O Boeing 787-8 Dreamliner é altamente elogiado por muitos especialistas em aviação por sua confiabilidade e engenharia. (Foto: Reprodução)

O governo da Índia ordenou nesse sábado (14) uma inspeção emergencial em todos os aviões Boeing 787 operando no país. A determinação ocorre após o acidente com uma aeronave da Air India ocorrido na última quinta-feira (12), em Ahmedabad, no noroeste do país.

Segundo as autoridades locais, o número de mortos subiu para 279 — e investigadores recuperaram equipamentos do avião que podem lançar luz sobre os momentos finais na cabine de comando. O ministro da Aviação Civil, Ram Mohan Naidu, afirmou que a ordem de inspeção das demais aeronaves tem caráter imediato e visa ampliar a vigilância sobre os modelos em operação.

“Emitimos ordem para uma fiscalização ampliada das aeronaves Boeing 787. Temos 34 desses aviões na frota indiana. Oito já foram inspecionados, e as demais verificações serão feitas com máxima urgência”, disse o ministro em entrevista coletiva.

O gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo do Boeing 787-8 Dreamliner, que foram encontrados no topo do prédio do alojamento da faculdade de medicina onde o avião caiu, podem encerrar algumas das especulações sobre o acidente, segundo especialistas da indústria da aviação. A questão agora será se os investigadores do Conselho Nacional de Segurança no Transporte dos EUA (NTSB), da Índia ou de outro país farão a leitura dos dados das caixas-pretas, disse Peter Goelz, ex-diretor-gerente do NTSB.

A Air India opera 33 aviões do modelo 787 Dreamliner. A companhia IndiGo, principal concorrente no setor, possui uma aeronave do mesmo tipo, de acordo com dados do site de rastreamento Flightradar24. Até o momento, os aviões não foram retirados de operação, mas uma fonte ouvida pela agência Reuters afirmou que o governo considera essa possibilidade, dado que o acidente atraiu ainda mais atenção global para a segurança aérea e aumentou a ansiedade pública em relação a voar.

O Boeing 787-8 Dreamliner é altamente elogiado por muitos especialistas em aviação por sua confiabilidade e engenharia. Nos últimos 14 anos, a frota transportou mais de 1 bilhão de passageiros, segundo a Boeing. Há anos, porém, a empresa tem enfrentado um escrutínio crescente por acidentes envolvendo suas aeronaves, o que levou à paralisação por 20 meses dos modelos MAX após dois desastres fatais, além de preocupações com a qualidade e problemas financeiros.

O acidente de quinta é a primeira perda total de um 787, modelo que a Boeing lançou há mais de uma década, com materiais compostos leves e avançados que melhoram a eficiência de combustível. O desastre também representou um duro golpe para a Air India, que tenta reconstruir sua imagem e renovar sua frota desde que foi adquirida pelo Grupo Tata, em 2022. Durante anos, a companhia esteve sob controle estatal.

A aeronave transportava 242 pessoas entre passageiros e tripulantes. Apenas um sobrevivente foi localizado. A maioria das vítimas morreu na queda, quando o avião colidiu com um prédio residencial de uma faculdade de medicina. Entre os mortos estão passageiros, tripulantes e moradores do edifício atingido.

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