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Índice que reajusta os aluguéis no Brasil registra deflação em junho

Previsão é de que a inflação feche o ano em 3,08%. (Foto: Banco de Dados)

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou nesta quinta-feira (29) um recuo de 0,67% no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) no mês de junho, ante a queda de 0,93% de maio e a alta de 1,69% no mesmo período do ano passado. Com o resultado, houve deflação no acumulado do ano, com retração de 1,95% e nos últimos 12 meses, com decréscimo de 0,78%.

Vale lembrar que esta última variação serve de base de cálculo para o reajuste do aluguel residencial. Além disso, o IGP-M da FGV é calculado de acordo com os preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.

IPA

Em junho, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) também apresentou queda, com variação negativa de 1,22%. No mês anterior, a taxa caiu 1,56%. Em relação ao índice relativo aos bens finais, a queda foi de 0,16%. O subgrupo combustíveis para o consumo foi considerado o principal contribuinte para a baixa mensal, ao passar de 0,88% para – 4,02%, com exclusão do subgrupo alimentos in natura e combustíveis para o consumo, que recuou 0,07% ante a alta de 0,12% em maio.

Já o índice referente ao grupo bens intermediários apresentou decréscimo em sua taxa de variação, com 0,29%. Em maio, o resultado foi de 0,06%. O subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 0,70% para – 0,69% foi apontado como o principal responsável para o movimento do índice. Enquanto o índice de bens intermediários (ex), calculado após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou -0,23%, ante -0,03% do mês anterior.

O índice do grupo matérias-primas brutas decresceu para 3,63%, sendo os itens minério de ferro, que passou de -18,20% para -11,19%, cana-de-açúcar, de -3,86% para -2,88% e café em grão, de -4,32% para -0,89%, os maiores destaques do mês. Em sentido oposto, contribuíram: bovinos, ao passar de 0,33% para -3,01%, soja em grão, de 3,25% para 1,88% e leite in natura, indo de 0,93% para -0,38%.

IPC e INCC

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) registrou variação de negativa de 0,08%, em junho, ante a 0,29% de maio, com queda em cinco das oito classes de despesa que integram o indicador. A principal contribuição partiu do grupo habitação, que variou de 0,80% para -0,02%. Nesta classe de despesa, o comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, cuja taxa passou de 4,57% para -1,06% foi o principal destaque.

Ainda no sexto mês do ano, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) variou positivamente, em 1,36%. No mês anterior, o resultado foi de 0,13%. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,02%, ante a queda de 0,04% de maio. Segundo a FGV, o índice que representa o custo da mão de obra apresentou taxa de 2,48%, contra 0,27% do mês anterior.

Metas

O CMN (Conselho Monetário Nacional) definiu as novas metas para inflação nos próximos anos. Para 2019 foi estipulado o indicador na ordem de 4,25% e para 2020, em 4%. O anúncio foi feito pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo de Oliveira, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

As novas perspectivas foram anunciadas pela equipe econômica nesta quinta-feira (29) e é a primeira redução do indicador feita pela CMN desde 2005. Foi informado ainda que o intervalo de tolerância para o indicador da inflação é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Com isso, o Banco Central cumprirá a meta se a inflação oscilar entre 2,75% e 5,75%, em 2019, e entre 2,5% e 5,5%, em 2020.

Otimismo

As novas perspectivas aninaram o mercado financeiro. Segundo o gestor da GGR Investimentos, Rafael Sabadell, a notícia somada a continuídade da aprovação das reformas propostas pelo atual governo animou os investidores.

“O mercado tem abertura positiva para os principais ativos de risco. A aprovação na Comissão de de Constituição, Justiça e Cidadania e prosseguimento para plenário do Senado da reforma trabalhista é uma boa sinalização em meio as dificuldades enfrentadas recentemente pelo governo. Agora pela manhã também foi anunciada a redução da meta de inflação de 2019 e 2020 para 4,25% e 4%, respectivamente, demonstrando o comprometimento da autoridade monetária com a trajetória de queda da inflação”, disse.

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