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Estudantes da UFRGS pedem criação de Casa do Estudante Indígena

Grupo foi recebido na Vice-Reitoria e já participa de reuniões sobre o assunto. (Foto: Divulgação/UFRGS)

Lideradas pela vice-reitora em exercício Patricia Pranke, equipes da administração central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) receberam nesta semana representantes de indígenas que estudam na instituição. Durante o encontro a comissão entregou carta aos gestores, pedindo a criação de uma Casa do Estudante Indígena.

O encontro foi realizado nesta semana no Salão Nobre do campus central, em Porto Alegre, com a presença de líderes das comunidades às quais esses estudantes estão vinculados. O grupo também solicitou que seja formada uma comissão específica para tratar da demanda. E o primeiro resultado já se materializou.

Na quinta-feira (15h), foi realizada a primeira reunião de trabalho com a participação de três membros do grupo de universitários com esse perfil: Angélica Domingos, Tailine Fernanda Franco, Woie Patté e Maria Brazão Lopes, além da líder Iracema Padilha.

Eles conversaram com gestores das Pró-Reitorias de Graduação e de Assuntos Estudantis e coordenadores que acompanham o Programa de Ações Afirmativas (CAF). A vice-reitora interina também acompanhou as tratativas, que incluem a garantia de bolsas-permanência para todos os alunos com esse perfil na UFRGS.

Outros participantes

A lista incluiu, ainda: vice-pró-reitor Leandro Raizer (Graduação), a vice-pró-reitora Andressa Lopes Nulle (Assuntos Estudantis), os integrantes do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos (Neab) da UFRGS, Alan Alves de Brito e Tamyres Filgueira. Pela Faculdade de Educação, estava Magali Menezes.

Já Bárbara Miszewski da Roza e Fernanda Nogueira foram enviados pelo CAF. E Rodrigo Ciconet Dorneles representou a área de saúde indígena da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre.

Ocupação de prédio

No domingo passado, 6 de março, cerca de 50 índios ocuparam o antigo prédio da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio de Porto Alegre (Smic), localizado na avenida Osvaldo Aranha nº 308, próximo ao Túnel da Conceição, no Centro Histórico da capital gaúcha. O grupo era composto predominantemente formado por mães com seus filhos.

O imóvel, que está sem utilização pelo poder público há cinco anos, havia sido cedido pela prefeitura à Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mas em fevereiro a instituição o devolveu ao município.

O grupo de ocupação incluía estudantes, crianças e líderes dos povos Kaingang, Guarani e Xokleng. Segundo eles, uma Casa do Estudante proporcionaria um espaço para que os acadêmicos possam morar enquanto estudam fora de suas aldeias, com respeito ao seu modo de vida.

Atualmente, universitários com esse perfil têm acesso às Casas do Estudante da UFRGS (CEU), mas em tais instalações não é permitida a presença de crianças.

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