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Infectologista avalia que a taxa de transmissão da covid ainda está “muito elevada” no Brasil

Apesar da redução nos números de óbitos e internações, a pandemia ainda preocupa. (Foto: Giulian Serafim/PMPA)

O infecto-pediatra e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Marcelo Otsuka, avaliou que a taxa de transmissão do coronavírus ainda é muito alta no Brasil.

Apesar da redução nos números de óbitos e internações, ele destaca que a pandemia preocupa: “Ainda temos uma taxa de transmissão elevada na população e tem o agravante de que muitos indivíduos não são testados adequadamente, podemos ter números até maiores do que são apresentados hoje.”

Na opinião de Otsuka, “não é o momento” de reabertura total e realização de grandes eventos, como se observa em alguns estados. “Temos entre 20 mil e 30 mil infectados por dia, não vemos queda nesse grupo e temos variantes, como a Delta, com mais capacidade de transmissão.”

O infectologista avalia que parte da população não entende que é necessário cuidado com a covid-19, e que podemos observar aqui no Brasil o que já acontece em outros países do mundo que promoveram a reabertura antes da hora, com aumento acelerado de casos.

Marcelo Otsuka reforçou a necessidade da vacinação com duas doses e disse que há “falta de orientação e divulgação da importância” do ciclo vacinal completo das autoridades, que deveriam ter um discurso “de forma uníssona.”

Casos e óbitos

O Brasil registrou 313 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de óbitos chegou a 579.643 desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias ficou em 671, menor número desde 30 de dezembro e quarto dia seguido abaixo da marca de 700.

Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h desta segunda-feira (30). O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.

Em 31 de julho o Brasil voltou a registrar média móvel de mortes abaixo de 1 mil, após um período de 191 dias seguidos com valores superiores. De 17 de março até 10 de maio, foram 55 dias seguidos com essa média móvel acima de 2 mil. No pior momento desse período, a média chegou ao recorde de 3.125, no dia 12 de abril.

Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 20.751.108 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 12.453 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 23.975 diagnósticos por dia — o menor registro desde 11 de novembro (quando estava em 22.581), resultando em uma variação de -18% em relação aos casos registrados na média há duas semanas, o que indica queda.

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