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Investigado pela Operação Lava-Jato, Renan Calheiros ampliou suas críticas ao presidente Michel Temer, deixando clara a sua insatisfação com a falta de cargos e verbas para Alagoas, onde seu filho é governador

Calheiros é líder do PMDB no Senado (Foto: Marcelo Camargo/Abr)

Investigado pela Lava-Jato e um dos integrantes da nova lista de Rodrigo Janot, o líder do PMDB, Renan Calheiros, ampliou suas críticas ao presidente Michel Temer e a ministros do governo. Isso, momentos antes de participar de um jantar com a bancada de senadores do PMDB.

O tom duro de Calheiros levou Temer a cancelar um café da manhã que teria com a bancada do PMDB no Alvorada. “Com esse governo, eu já rompi! Não sei como será minha relação com o próximo”,  disse o ex-presidente do Senado, em conversa com a senadora Kátia Abreu.

O governo viu a frase de terça-feira (04) como mais uma declaração de Calheiros  deixando clara sua insatisfação com a falta de cargos e verbas para Alagoas, além de proteção contra a Lava-Jato. Segundo auxiliares de Temer, a demanda mais recente de Calheiros  é para que o governo atue para impedir que ministros, em especial o dos Transportes, Maurício Quintella Lessa, disputem com ele a vaga do Senado em Alagoas. O governo vê pouco espaço para ajudar Calheiros.

A recriação do Ministério dos Portos está suspensa, o Planalto nega ter como interferir na Lava-Jato e não pretende criar rusgas com lideranças de partidos importantes no momento em que precisa aprovar reformas. Na conversa relatada por Moreno, Calheiros  e Kátia reclamavam da falta de iniciativa do governo, principalmente do líder no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), e dos ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha.

Negando que esteja se associando ao ex-presidente Lula por medo de ser derrotado na eleição de 2018, Calheiros  disse que o governo está errando. Para ele, tanto o Planalto quanto o PMDB podem sair derrotados com isso: “O governo e o PMDB são entidades diferentes. Cada um precisa cumprir o seu papel. Senão, vai ocorrer de o governo cair para um lado e o PMDB cair para outro”.

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