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Investigados da Operação Lava-Jato agora adotam roupas parecidas com os uniformes de policiais federais ao serem presos

Marco Antônio de Luca (c) chega na sede da PF 'camuflado' de preto entre os agentes. (Foto: Reprodução)

Chamou a atenção, mas não era o objetivo: o empresário Marco Antônio de Luca trocou de camisa para ser levado preso por policiais federais na quinta-feira durante a Operação Ratatouille, nova fase das investigações contra o esquema do ex-governador Sérgio Cabral. A combinação de blusa preta com jeans faz o empresário aderir a uma opção cada vez mais frequente dos investigados na hora de serem conduzidos por agentes: a camuflagem.

Marco Antônio de Luca saiu de casa vestindo branco, mas voltou ao seu apartamento acompanhado dos agentes. De lá, saiu vestindo a camiseta preta e calça jeans, mas sem algemas.

Em vez de passar despercebida, a estratégia ficou visível há dois meses, quando o ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes foi preso com uma roupa semelhante à do policial que o escoltava. Com o rosto escondido por um boné e vestindo preto, Côrtes parecia um agente da Polícia Federal (PF). Ele foi preso durante a Operação Fatura Exposta, acusado de desviar R$ 300 milhões de contratos públicos.

Quinze dias depois, a ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo foi levada a Curitiba (PR) com um visual muito parecido ao da agente que a conduzia. Vestia casaco preto, usava óculos escuros e tinha o cabelo preso. Na ocasião, Adriana viajou à capital paranaense para prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro. Ela é réu, junto com Cabral, em ação que investiga supostos pagamentos de propina em contratos do Comperj, em Itaboraí.

A estratégia já havia sido utilizada por outro empresário preso pela Operação Lava-Jato. Em outubro do ano passado, Mariano Marcondes Ferraz escolheu uma jaqueta preta quando foi conduzido ao Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba.

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