A Apple terá que se explicar ao Procon do Estado de São Paulo por causa da lentidão em iPhones antigos. A empresa concordou em pagar indenização que pode chegar a US$ 500 milhões num processo que corre nos Estados Unidos. Agora, o órgão de defesa do consumidor questiona se o mesmo tratamento será dado aos consumidores daqui. “Uma vez que o produto é o mesmo, o dano e a lesão são idênticos”, diz a nota assinada pelo diretor-executivo Fernando Capez.
O montante acordado na Justiça americana equivale a cerca de R$ 2,2 bilhões. Cada consumidor afetado pelo problema teria direito a US$ 25, o que dá aproximadamente R$ 117. A indenização inclui os donos dos iPhone 6, iPhone 6 Plus, iPhone 6S, iPhone 6S Plus, iPhone 7, iPhone 7 Plus e iPhone SE. A Apple Brasil não comenta o caso.
Entenda o caso
Tudo começou em 2017, quando a Apple liberou uma atualização do sistema iOS com um novo recurso para prevenir que os celulares parassem de funcionar. A solução seria aplicada em modelos mais antigos e cuja bateria estava em processo de enfraquecimento – o que é normal em todos os telefones, não só nos da Apple. A velocidade máxima do iPhone foi reduzida para evitar desligamentos ou travamentos.
Consumidores descobriram a nova tecnologia, até então mantida em segredo, e criticaram a companhia por obsolescência programada. A Apple pediu desculpas, disse que não tinha a intenção de reduzir a vida útil do aparelho, e liberou nos ajustes de sistema a opção de ativar ou desativar a função. Também deu desconto agressivo na substituição do componente.
O tema foi judicializado por organismos de defesa do consumidor. Parte deles alegava que a empresa agiu sem transparência. Outra parte alegava que os fãs da marca foram induzidos ao erro: pagaram pela troca de bateria ou trocaram de smartphone por acharem ser necessário, quando na verdade se tratava de uma mudança no software conduzida pela fabricante.
O assunto rendeu questionamentos em outros países. Na França, por exemplo, a companhia foi multada em 27 milhões de euros, o equivalente a R$ 140 milhões.
iPhone XR
O iPhone XR foi o smartphone mais vendido de 2019, segundo levantamento da consultoria Counterpoint. Os números dos analistas indicam que o celular foi responsável por uma parcela de 3% de todas as vendas de smartphones ao redor do mundo só no terceiro trimestre de 2019, repetindo o mesmo sucesso de períodos anteriores. Lançado pela Apple em novembro de 2018 no Brasil, rendeu elogios em nosso review e está disponível no Brasil por cerca de R$ 3.150 no varejo online.
A Counterpoint Research aponta ainda que o bom desempenho do iPhone XR é responsável por 25% do volume de vendas da Apple no terceiro trimestre de 2019. O resultado mostra que o celular lançado em 2018 como opção mais simples da linha do XS ainda tem fôlego no mercado, mesmo com a posterior chegada do iPhone 11.
O iPhone XR só não está invicto nos rankings trimestrais da consultoria chinesa porque não ficou no topo da lista no último trimestre de 2018 – período que marcou os três primeiros meses do aparelho no mercado.
Outros números, dessa vez da Consumer Intelligente Research Partners, mostram que o XR é o smartphone mais vendido nos Estados Unidos, com 36% das vendas. O instituto detectou a liderança do modelo em outras oportunidades.