As autoridades iranianas anunciaram, neste domingo (7), que irão aumentar os níveis de enriquecimento de urânio além dos que foi permitido em no acordo nuclear de 2015. Na última semana, o Irã realizou duas modificações no tratado.
Com o valor de urânio altamente enriquecido acumulado, o país já tem potencial para desenvolver uma ogiva nuclear. Na mesma ocasião, foi informado que o Teerã irá reduzir seu nível de comprometimento com o acordo a cada 60 dias. A medida pode não ser tomada somente caso os países europeus signatários do pacto adotem medidas para proteger o irã das sanções internacionais impostas pelos Estados Unidos. O ministro iraniano do Exterior, Mohammad Javad Zarif, deixou claro que as medidas já adotadas podem ser “reversíveis”, se os europeus cumprirem com as suas obrigações.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o país do tratado no ano passado, e, com isso, voltou a impor pesadas sanções contra a economia iraniana. O acordo nuclear entre o Irã e os EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha vinha suspendendo a maioria das sanções internacionais contra a República Islâmica, em troca de restrições ao programa nuclear.
“Em poucas horas, o processo técnico se encerrará e o enriquecimento acima de 3,67% será iniciado” demonstrou o porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã, Behrouz Kamalvandi. Para o presidente da França, Emmanuel Macron, o anúncio iraniano é uma violação ao acordo de 2015. No acordo nuclear, o Irã havia se comprometido a não enriquecer urânio por mais 3,67, que é o valor suficiente para produzir energia, mas que não possibilita a construção de uma bomba atômica.