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Irei para o céu, disse brasileiro fuzilado na Indonésia em encontro final

Zelador da igreja indonésia Suhendro Putro prepara uma cruz para o brasileiro. Foto AFP

Rodrigo Muxfeldt Gularte estava sereno nas horas que antecederam sua execução na Indonésia. Alternou momentos de lucidez e delírio e disse que dali iria para o céu, segundo um diplomata brasileiro que o viu pela última vez.

O paranaense, de 42 anos, foi executado na prisão de Nusakambangan. Familiares tentavam convencer autoridades a rever sua pena e transferi-lo para um hospital após ele ter sido diagnosticado com esquizofrenia.

O governo brasileiro considerou a execução um “fato grave” na relação entre Brasil e Indonésia que vai “fortalecer a disposição brasileira de levar adiante, nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital”, segundo nota do Itamaraty.

Gularte havia sido preso em 2004 no aeroporto de Jacarta com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe, e condenado à morte no ano seguinte. Parentes dizem que ele foi aliciado por traficantes internacionais devido ao seu estado mental.

“Daqui irei para o céu e ficarei na porta esperando por vocês”, declarou Gularte no encontro final, disse à BBC Brasil o encarregado de negócios do Brasil em Jacarta, Leonardo Carvalho Monteiro, maior autoridade brasileira na Indonésia.

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