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Israel bloqueia sinal de GPS em grandes cidades para evitar ataque do Irã

O exército israelense interrompeu os sinais de GPS em várias cidades, incluindo a região metropolitana de Tel Aviv (na foto) e Jerusalém. (Foto: Unsplash)

O exército israelense interrompeu os sinais de GPS em várias cidades, incluindo a região metropolitana de Tel Aviv e Jerusalém, com o objetivo de impedir ataques de mísseis ou drones potencialmente disparados pelo Irã ou por grupos apoiados pelo Irã na região.

A interferência causou grandes transtornos na vida cotidiana, provocando frustração entre a população. Os moradores que utilizam aplicativos de mapas como o Google Maps ou o Waze para se deslocarem em Tel Aviv disseram que os seus aplicativos mostravam que estavam na capital libanesa, Beirute, ou no Cairo, no Egito.

Muitas pessoas recorreram às redes sociais para publicar prints de tela do bloqueio, que interrompeu os pagamentos online, as entregas e os carros de aplicativo.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, disse na semana passada que Israel iniciou a interferência do GPS “a fim de neutralizar as ameaças”, acrescentando que “estamos conscientes de que essas interrupções causam uma inconveniência, mas é uma ferramenta vital e necessária nas nossas capacidades defensivas”.

A interferência atingiu o seu auge na semana passada, mas persiste esporadicamente esta semana. Israel tem estado em alerta máximo desde o seu ataque em Damasco, na semana passada, que matou os principais comandantes iranianos, provocando uma promessa de retaliação por parte do Irã.

Sina Toossi, especialista sobre o Irã e membro sênior do Centro de Política Internacional em Washington, DC, alertou que alguns drones iranianos não são facilmente suscetíveis à interferência. “A interferência extensa do GPS em Israel parece refletir uma falta de confiança na eficácia dos seus sistemas de defesa antimíssil e de drones”, escreveu ele no X.

Resposta

O chanceler de Israel, Israel Katz, afirmou nessa quarta-feira (10), na rede social X (antigo Twitter) que se o Irã atacar diretamente o território israelense, Tel-Aviv iria responder com um ataque ao território iraniano. “Se o Irã atacar a partir de seu território, Israel reagirá e atacará o Irã”, escreveu Katz.

A ameaça, feita em um post em hebraico e em farsi, faz parte de uma escalada nas tensões entre os dois países após um bombardeio aéreo atribuído a Israel atingir a embaixada do Irã na Síria no dia 1 de abril. O ataque deixou sete mortos, incluindo um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã.

O governo iraniano afirmou repetidas vezes desde então que iria vingar o ataque em sua embaixada. Oficiais americanos e israelenses estão em alerta. Teerã chegou a afirmar nos últimos dias que poderia atacar uma embaixada israelense.

Em um discurso nesta quarta-feira durante uma celebração do Eid al-Fitr, o feriado que encerra o mês sagrado do Ramadã, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ressaltou que quando o suposto ataque israelense atingiu uma embaixada iraniana, o território do país persa foi atacado.

“O regime maligno cometeu um erro e deveria ser punido e será punido”, acrescentou, segundo a IRNA, a agência de notícias estatal do Irã. As informações são da CNN e do jornal O Estado de S. Paulo.

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