As medidas adotadas pelo Itamaraty para enfrentar a crise orçamentária e os cortes estabelecidos pelo governo em 2015 permitiram ao ministério economizar quase 130 milhões de reais neste ano – cerca de 10% do 1,5 bilhão de reais gasto pela pasta com custeio no mesmo período. Os dados são do ministério, que viu sua fatia no Orçamento do Executivo diminuir nos últimos dez anos e enfrentou um corte de mais 40,7 milhões de reais em 2015.
Apesar do esforço de racionalização de gastos, o Itamaraty acabou empenhando 3,3 bilhões de reais em custeio e pessoal, 800 milhões de reais a mais do que os 2,5 bilhões de reais previstos para a pasta no Orçamento para o ano. Parte dessa diferença é explicada por uma suplementação de 172 milhões de reais, liberada ao ministério em setembro, e por um crédito extraordinário de 300 milhões de reais, entregue em outubro.
O restante – 328 milhões de reais – é justificado pelo ministério com a alta do dólar. Quando o projeto do Orçamento foi elaborado, em agosto de 2014, a expectativa para o dólar médio de 2015 era de 2,45 reais. A moeda deverá fechar o ano em torno de 4 reais. “Foi necessário reajustar o orçamento de pessoal para pagar salários dos servidores no exterior, fixados em dólar”, disse o Itamaraty.
Os créditos extras e as medidas de racionalização de gastos foram essenciais para acabar com os constantes atrasos no pagamento de aluguéis de imóveis e serviços no exterior, que criaram saias justas em diversos países, dos EUA à África do Sul.
O ministério afirma não haver dívidas pendentes hoje. “Foram pagas todas as dotações de funcionamento da rede de postos: aluguéis oficiais, verba para funcionamento e manutenção e salários de funcionários locais”.
Auxílio-moradia. Ainda de acordo com o Itamaraty, 18 imóveis tiveram seus aluguéis revistos e reduzidos em 2015.
O ministério também alterou critérios para o pagamento do auxílio-moradia de servidores no exterior, para estimular a busca por aluguéis mais baratos, revisou contratos no Brasil e está analisando o possível ajuste ou fechamento de alguns consulados em fronteiras. (Folhapress)