O Itaú promoveu uma série de demissões por baixa produtividade no trabalho remoto. Rumores começaram a circular nas redes sociais no início dessa semana, mas o banco não confirma o número de funcionários afetados. A instituição tem 95.714 funcionários, sendo 85.775 no Brasil.
O banco informou que realizou desligamentos decorrentes de uma revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada. “Em alguns casos, foram identificados padrões incompatíveis com nossos princípios de confiança, que são inegociáveis para o banco. Essas decisões fazem parte de um processo de gestão responsável e têm como objetivo preservar nossa cultura e a relação de confiança que construímos com clientes, colaboradores e a sociedade.”
Ainda de acordo com o Itaú, a medida faz parte de um “processo de gestão responsável” e tem o objetivo de “preservar nossa cultura e a relação de confiança que construímos com clientes, colaboradores e a sociedade.”
A instituição financeira tem cerca de 40% dos funcionários em regime presencial (majoritariamente no atendimento ao cliente ) e 60% no híbrido. A frequência requerida no híbrido é de oito vezes ao mês da expediente presencial.
Em nota, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região repudiou as demissões de funcionários do Itaú. “É inaceitável que uma instituição que registra lucros bilionários promova demissões em massa sob a justificativa de ‘produtividade’. Os avanços tecnológicos e os ganhos decorrentes da digitalização poderiam ser revertidos em melhores condições de trabalho e em emprego decente.”
A entidade diz que o movimento sindical não foi procurado para discutir alternativas de recolocação desses funcionários em outras áreas. “O sindicato seguirá cobrando do Itaú responsabilidade social, diálogo e compromisso com os trabalhadores e vai intensificar os protestos contra as demissões.”
Uma ex-funcionária da área de tecnologia, que pediu para não ser identificada, contou que foi efetivada há cerca de um ano em um esquema híbrido, sendo dois dias presenciais e três em home office. No momento da demissão, apenas foi dada a justificativa de “problemas de produtividade e aderência à cultura da empresa”. Ela conta que não teve chance de responder as alegações.
O sindicato declarou que, nos últimos 12 meses, o Itaú já tinha cortado 518 postos de trabalho, reduzindo o quadro para 85.775 funcionários. Informou ainda que procurou o banco para pedir esclarecimentos sobre as novas demissões e que cobrará a reposição das vagas.
“É inaceitável que uma instituição que registra lucros bilionários promova demissões em massa sob a justificativa de ‘produtividade’”, declarou.