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Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2018
O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, passou por uma cirurgia na noite desta quarta-feira (12), segundo boletim médico do Hospital Albert Einsten, onde o candidato está internado desde sábado (8), após ser vítima de um atentado em Juiz de Fora (MG).
Segundo médicos, o procedimento terminou por volta das 23h40min, foi bem-sucedido e o candidato passa bem.
De acordo com o boletim do hospital, Bolsonaro evoluiu para um quadro de “distensão abdominal progressiva e náuseas” e precisou passar por uma tomografia no abdômen. O exame identificou presença de aderência obstruindo o intestino delgado.
A cirurgia foi chefiada pelo médico Antonio Luiz de Vasconcellos Macedo.
A aderência pode ocorrer quando tecidos fibrosos gerados pelo processo de cicatrização se ligam, levando à obstrução do canal do intestino. O quadro é comum após cirurgias abdominais como a de Bolsonaro. Pessoas que estiveram com o presidenciável nesta quarta afirmaram ao que ele aparentava estar extremamente debilitado.
A aderência foi causada pela inflamação decorrente do trauma, e a inflamação provocou a aderência, dificultando a passagem de alimentos pelo intestino.
Na cirurgia desta quarta, as fístulas foram saturadas e as aderências foram liberadas.
Visita de ministro
Nesta quarta, o candidato recebeu a visita do ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Sérgio Etchegoyen. Segundo a assessoria de Etchegoyen, o ministro foi a São Paulo na terça para uma agenda privada e decidiu ver o candidato na manhã desta quarta.
O general não falou com a imprensa. A assessoria do GSI não informou o que foi conversado, mas afirmou que se tratou de uma visita de cortesia. O Palácio do Planalto, porém, confirmou que o ministro levou uma mensagem do presidente Michel Temer (MDB) desejando pronta recuperação.
Na manhã desta quarta, Bolsonaro participaria da série de entrevistas do G1 e da CBN com os presidenciáveis, mas, por causa da internação, ele não pôde comparecer ao estúdio da rádio em São Paulo.
Recuperação
Segundo a cúpula do Hospital Albert Einstein, os principais riscos que serão monitorados são pneumonia (pois o candidato ficou muito tempo em choque e perdeu cerca de 2 litros de sangue) e infecção (por causa do vazamento de massa fecal na cavidade abdominal).
A previsão de internação é de sete a dez dias. A retomada das atividades de campanha só deve ocorrer 20 dias após a data de internação. Depois da alta, o candidato será submetido a outra cirurgia de grande porte para “reconstruir o trânsito intestinal e retirar a bolsa de colostomia”.
A realização da operação já estava prevista para depois que o candidato tiver alta. Segundo médicos, a cirurgia só deve acontecer daqui a dois meses. Nesse meio tempo, Bolsonaro seguirá com a bolsa externa ligada à barriga.