O Japão mobilizou caças nesta quinta-feira (25) depois de detectar duas aeronaves russas de “reconhecimento” perto de sua costa, uma no Oceano Pacífico e outra no Mar do Japão, anunciou o Estado-Maior japonês em um breve comunicado. “Em resposta, aviões de combate (…) da Força Aérea de Autodefesa e outras unidades foram mobilizados”, acrescentou.
Este incidente, que não é o primeiro do gênero, ocorre poucos dias depois da participação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na cúpula do G7 organizada em Hiroshima, Oeste do Japão, e durante a qual todos os países-membros reafirmaram seu apoio a Kiev contra a invasão russa.
O Japão aplica sanções econômicas e financeiras contra Moscou, estabelecidas pelo G7 e outros países ocidentais desde o início da ofensiva russa na Ucrânia há 15 meses. Até recentemente, Tóquio tentou melhorar as relações com Moscou, mas agora vê o poder militar da Rússia no Extremo Oriente e sua cooperação com a China como uma séria ameaça à segurança de seu território.
Em maio de 2022, caças russos e chineses voaram juntos perto do Japão, pouco antes de os líderes do grupo Quad, uma aliança informal de segurança da Ásia-Pacífico que inclui Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos, se reunirem em Tóquio.
Interceptações no Mar Báltico
Nos últimos dias, incidentes semelhantes também têm ocorrido com frequência na região do Mar Báltico. Nesta quarta-feira, Moscou afirmou ter interceptado dois bombardeiros americanos na fronteira russa, poucos dias após ter feito o mesmo com aviões militares da Alemanha e da França.
Já no início de maio, um avião da guarda fronteiriça polonesa que operava no Mar Negro como parte da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) foi posto em situação de perigo pela aproximação de um caça russo, segundo Varsóvia.
Um mês antes, a aeronáutica russa interceptou um drone americano Reaper MQ-9 sobre o Mar Negro, que depois caiu em suas águas. O incidente provocou uma breve escalada nas tensões entre Washington e Moscou.
Os incidentes entre aviões russos e de países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se multiplicaram nos últimos anos, inclusive antes do início da operação militar russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022. As informações são da agência de notícias AFP.