O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou na quinta-feira (01) um plano de ajuda para as famílias no valor de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 127,3 bilhões na cotação atual) com o intuito de evitar a queda de natalidade no país.
Com duração de três anos, o projeto prevê um aumento das ajudas diretas aos progenitores, apoio financeiro à educação dos filhos e ao pré-natal, além de promover horários de trabalhos flexíveis ou licença para os pais.
As medidas buscam combater o colapso na taxa de natalidade, que caiu para um nível “sem precedentes”.
A intenção é “aumentar a renda dos jovens e a geração que está na idade de criar crianças”, declarou Fumio Kishida em uma reunião com ministros, especialistas e empresários.
O Japão, com 125 milhões de habitantes, registrou menos de 800 mil nascimentos em 2022 – o número mais baixo desde o começo dos registros. Ao mesmo tempo, a proporção de idosos no país aumentou.
O plano levantou críticas, já que até o momento não foram especificadas as fontes do financiamento.
Expectativa de vida
Em janeiro deste ano, Fumio Kishida havia afirmado que o país estava à beira de uma queda na taxa de natalidade e corre o risco de “parar de funcionar como sociedade”. O fenômeno demográfico preocupa o governo japonês devido ao aumento da expectativa de vida nas últimas décadas, que leva o país a ter um número crescente de idosos e decrescente de trabalhadores para sustentá-los com a previdência.
Pesquisadores projetam que a população do país chegará a 53 milhões até o final do século, depois de atingir um pico de 128 milhões em 2017.
As taxas de natalidade estão desacelerando em muitos países, incluindo vizinhos do Japão. Entretanto, a questão é particularmente grave entre os japoneses porque o país tem a segunda maior proporção de idosos (pessoas com 65 anos ou mais), com 28% da população nesta faixa. Somente Mônaco, um Estado pequeno e de 36,6 mil habitantes, tem mais, de acordo com dados do Banco Mundial.
Em discurso na abertura do parlamento japonês, no início do ano, Kishida afirmou que o país deveria concentrar a atenção pública nas políticas relativas aos filhos e à criação dos filhos. “[Essa] é uma questão que não pode esperar e não pode ser adiada”, afirmou. “O Japão está à beira de saber se pode continuar a funcionar como sociedade”. “Nós devemos construir uma economia social que priorize a infância para reverter a (baixa) taxa de natalidade”, declarou.
Uma pesquisa da YuWa Population Research citada pela agência Reuters afirma que o Japão é um dos lugares mais caros do mundo para se criar um filho, apesar de o país ter tentado incentivar nos últimos anos a população a ter mais filhos com promessas de bônus financeiro e outros benefícios. Somente a China e a Coreia do Sul, países que também veem o encolhimento das populações em sinais preocupantes, têm custos maiores, segundo os pesquisadores. As informações são da agência de notícias AFP.