O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, acertou sua demissão com a presidenta Dilma Rousseff há alguns dias, garantiu o jornal Valor Econômico na edição de quarta-feira. Levy teria acordado permanecer no ministério enquanto o governo procura por um substituto e a situação política ainda é instável. O Planalto pediu a Levy que essa transição seja feita de maneira “suave e discreta” para evitar impactos no mercado financeiro.
A meta fiscal para 2016, que é o corte que o governo faz para pagar os juros da dívida, pode ter sido o principal motivo para a decisão do ministro. Na terça-feira, Dilma contrariou Levy e anunciou que a meta econômica ficará entre zero e 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto). O titular da Fazenda defendia a meta de 0,7% do PIB de superávit primário, balanço entre receitas e despesas, para o próximo ano. Para isso, o relator do Orçamento 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), indicou que deveria ser necessário cortar 10 bilhões de reais do programa Bolsa Família, ocasionando um protesto de Levy.
“Acho um equívoco essa mistura de meta com o Bolsa Família; obviamente não fica de pé. A meta é a meta, e o Bolsa Família é o Bolsa Família. Ninguém vai querer se esconder atrás do Bolsa Família para não tomar as medidas necessárias para o Brasil ir no rumo correto”, advertiu.
Joaquim Levy já acertou saída do Ministério da Fazenda

Levy teria acordado permanecer no ministério enquanto o governo procura por um substituto e a situação política ainda é instável. (Foto: Frankie Marcone/Folhapress)