Pelo menos 32 mil mulheres se inscreveram no primeiro alistamento feminino voluntário do País, segundo dados obtidos pela Coluna com o Ministério da Defesa. As inscrições vão até o próximo dia 30. Ao todo, serão oferecidas 1.465 vagas nas Forças Armadas em todas as regiões brasileiras para candidatas que completam 18 anos em 2025. Desse contingente, 70% serão no Exército, 20% na Aeronáutica e10% na Marinha. As selecionadas atuarão a partir de março de 2026 nas patentes iniciais das Forças: como soldados no Exército e na Aeronáutica, e como marinheiros-recrutas na Marinha, feito inédito. Hoje, há cerca de 37 mil mulheres militares no Brasil, o que equivale a 10% do efetivo total. Esse grupo ainda não participava do alistamento geral no começo da carreira.
Integrantes da caserna têm reclamado do baixo orçamento e alertam para o risco de faltar verba para combustível de aviões nas próximas semanas. A dificuldade nas contas se agravou no início do mês, quando o governo Lula congelou R$ 2,6 bilhões do Ministério da Defesa.
Somente nos primeiros sete dias de janeiro, semana em que iniciaram as inscrições para as Forças Armadas, mais de 15 mil jovens que completam 18 anos em 2025 já haviam se alistado voluntariamente na esperança de serem convocadas. O número já era dez vezes maior que a quantidade de vagas disponíveis — são 1.465 vagas em Brasília (DF) e em outros 28 municípios de 13 estados.
Até o ano passado, as brasileiras só podiam entrar para as Forças Armadas por meio de concurso para suboficiais e oficiais. São apenas 37 mil mulheres nas três Forças, representando 10% do efetivo. Hoje, elas atuam principalmente nas áreas de saúde, ensino e logística ou têm acesso à área combatente por meio de concursos públicos específicos em estabelecimentos de ensino.
Neste ano, ao todo, são 1.010 vagas para o Exército, 300 para a Força Aérea e 155 para a Marinha. As mulheres poderão escolher em qual delas desejam atuar, e a opção será avaliada durante o processo de acordo com o perfil e local de atuação de cada candidata.
Em janeiro, o Ministério da Defesa informou que só recrutar amulheres para quartéis que já tenham capacidade de recebê-las, com quartos, banheiros e políticas adaptados para esse público. Com investimento de cerca de R$ 2 milhões no próximo ano, a ideia também é inserir equipamentos de identificação facial e mais câmeras de segurança nos alojamentos, as fim de coibir casos de abuso e assédio sexual. As informações são dos portais Estadão e O Globo.