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Juiz Sérgio Moro diz ao Supremo que delator omitiu nome do presidente da Câmara dos Deputados

Fatos sobre Cunha teriam sido ocultados. (Foto: Jorge William/AG)

O juiz federal Sérgio Moro afirmou ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, na segunda-feira, que o empresário Júlio Camargo omitiu da Justiça fatos sobre a participação do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Moro encaminhou um ofício para responder aos questionamentos das defesas de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Os advogados dos dois réus, condenados por corrupção e lavagem de dinheiro, questionaram no Supremo a validade do acordo de delação de Júlio Camargo, que também figurava entre os réus do processo e recebeu condenação pelos mesmos crimes.

Citação

Moro pontuou que o acordo foi celebrado por ele em 2014, sem que o nome de Cunha tivesse sido citado. “Não se pode, ainda, afirmar que o acordo de colaboração celebrado por Júlio Camargo não poderia ter sido homologado por este Juízo em outubro de 2014, porque, em 16/07/2015, revelou fato que havia então omitido, de que parte da propina nos contratos dos navios-sondas havia sido destinada ao referido deputado federal”, disse.

Políticos

As investigações contra os políticos citados na Lava-Jato foram desmembradas dos processos da operação ainda em 2014. Na ocasião, os nomes foram enviados ao STF, que comunicou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre as citações a pessoas com foro privilegiado. Janot, então, reuniu provas para sustentar a abertura de inquéritos contra cada um dos políticos mencionados por delatores ou em outros documentos.

Em março deste ano, uma lista foi encaminhada ao Supremo, que aceitou a abertura de inquérito tanto na Suprema Corte, quanto o envio de algumas investigações para a primeira instância, em Curitiba, no Paraná. Nos processos que ficaram no STF constam políticos que detêm algum tipo de mandato, sejam deputados como Cunha ou senadores, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), entre outros. (Samuel Nunes/AG)

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