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A Justiça da Espanha suspendeu o mandado de prisão contra o ex-presidente da Catalunha que liberou o movimento para separação do reino espanhol

Carles Puigdemont está na Bélgica. (Foto: Reprodução)

A Justiça da Espanha suspendeu nesta terça-feira (05) o mandado internacional de prisão contra o ex-presidente catalão Carles Puigdemont e quatro de seus ex-conselheiros. O grupo se encontra atualmente na Bélgica, onde aguarda a análise de um pedido de extradição para a Espanha. Parte dos conselheiros de Puigdemont, que não deixaram a Espanha, estão presos.

O juiz Pablo Llarena disse que os mandados individuais não podem ser usados se o crime foi cometido por um grupo maior, como é o caso. O magistrado também afirmou que os acusados mostraram “intenção de retornar à Espanha” para concorrer às eleições na Catalunha, que ocorrerão no próximo dia 21.

Os cinco acusados são investigados por rebelião e sedição, entre outros crimes, com penas que chegam a 30 anos de prisão. Os mandados foram emitidos em 3 de novembro, uma semana após o governo de Puigdemont ser destituído pelo governo espanhol por suas tentativas de declarar a independência da Catalunha.

Após destituir Puigdemont, Madri também convocou uma eleição antecipada para a região. Pesquisas mostram que os partidos pró-independência podem perder a maioria no Parlamento regional. A crise catalã começou com o plebiscito de 1º de outubro, que terminou com 90% dos votos favoráveis à separação e com 43% de participação.

A batalha entre Madri e os independentistas afetou a economia nacional e fez com que várias empresas mudassem sua sede legal para fora da Catalunha, que responde por cerca de um quinto da economia da Espanha.

Turismo

No mês em que ocorreu o referendo independentista, o número de turistas estrangeiros na Catalunha diminuiu 4,7% em relação ao mesmo período de 2016. Os dados do INE indicam que essa é a maior quebra de visitantes estrangeiros na Catalunha desde abril de 2011, quando a região perdeu 5,9% em razão da crise econômica. A queda de turistas na Catalunha contrasta com o forte aumento no resto do país.

“Catalunha de todos”

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, defendeu “recuperar a Catalunha de todos”. No mês passado, em um comício do PP (Partido Popular) para as eleições regionais de 21 de dezembro, Rajoy também pediu “a todas as empresas que trabalham ou que trabalharam na Catalunha que não se vão”, como fizeram mais de 2 mil companhias desde o começo de outubro, momento de agravamento da crise causada pelas ambições separatistas.

“Restabelecemos a ordem legal e democrática, foi isto que ocorreu, e não outra coisa”, sentenciou o chefe de governo espanhol, rejeitando implicitamente as acusações de autoritarismo lançadas pelo separatismo. “As medidas excepcionais só devem ser adotadas quando não há outro caminho”, afirmou, sobre a aplicação do artigo 155, que lhe permitiu destituir o governo regional, dissolver o parlamento e convocar eleições. “Nós o ativamos depois de esgotarmos todos os convites e requerimentos possíveis para conter a escalada de agressão à convivência”.

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