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Justiça dos Estados Unidos proíbe agência secreta do governo americano de gravar telefonemas

Divulgação dos atos de espionagem por Edward Snowden, em 2013, gerou uma grande crise diplomática entre os EUA e diversos países. (Crédito: reprodução)

Um tribunal federal de apelações em Nova York (EUA) determinou que o programa de coleta de dados telefônicos de cidadãos americanos pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos, na sigla em inglês) é ilegal. Revelado pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden, o programa foi lançado após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

A agência utiliza a chamada Lei Patriota, aprovada no país no calor dos atentados, para justificar a coleta dos chamados metadados – duração, origem e data das conversas telefônicas. Uma vez coletados, esses dados são comparados a uma base mais ampla para buscar possíveis contatos entre suspeitos de terrorismo.

O grupo de três juízes da Corte de Apelações dos EUA para o Segundo Circuito definiu, no entanto, que a permissão dada pela lei para coletar os registros considerados relevantes em investigações de contraterrorismo não pode ser usada para justificar a coleta em massa de chamadas domésticas.

A divulgação dos atos de espionagem por Snowden, em 2013, gerou uma grande crise diplomática entre os EUA e países como Alemanha e Brasil, cujos governos foram espionados.

Mas a nova decisão trata apenas da coleta de informações de americanos. Na prática, portanto, ainda é legal armazenar dados de estrangeiros.

Esta é a primeira vez que uma alta instância jurídica revisou o programa, que vinha sendo repetidamente autorizado em segredo por uma corte nacional de segurança. O veredicto não exige a interrupção imediata da coleta de dados. Isso porque a autorização para o programa, defendida pelos presidentes George W. Bush e Barack Obama, expira em 1 de junho. Para renová-la, é preciso de aval do Congresso.  (AG)

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