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Justiça solta ex-senador preso pela Polícia Federal sob suspeita de ter desviado dinheiro das obras da hidrelétrica de Belo Monte

Ex senador do Pará pelo PMDB Luiz Otávio Campos. (Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Senado)

A juíza substituta da 1ª Zona Eleitoral de Belém, Andre Cristine Correa Ribeiro, determinou a soltura do ex-senador emedebista Luiz Otávio Campos, preso pela PF (Polícia Federal) na manhã desta quinta-feira (09) sob suspeita de ter captado recursos de caixa dois provenientes das obras da hidrelétrica de Belo Monte. Os recursos, segundo as investigações, teriam abastecido a campanha de 2014 do governador do Pará Helder Barbalho (MDB).

Após o cumprimento da prisão temporária e de mandados de busca e apreensão contra Luiz Otávio, a juíza substituta entendeu que a operação cumpriu seus objetivos e que o ex-senador poderia responder à investigação em liberdade. A prisão havia sido decretada por outra magistrada, Danielle de Cassia Silveira, titular da zona eleitoral.

A investigação teve início no STF (Supremo Tribunal Federal), mas foi desmembrada para a Justiça Eleitoral do Pará na parte específica sobre o caixa dois da campanha do governador do Pará. Os mandados foram autorizados pela 1ª Zona Eleitoral de Belém.

Executivos da empreiteira Odebrecht relataram pagamento de 1,5 milhão de reais em caixa dois à campanha de Helder Barbalho em 2014. Segundo os depoimentos, foram realizadas entregas de dinheiro no valor de 500 mil reais em endereços ligados a Luiz Otavio Campos.

Os empreiteiros revelaram em depoimentos que Luiz Otávio Campos foi indicado por integrantes do MDB como o responsável por arrecadar valores desviados da obra de Belo Monte. A Polícia Federal também já apontou Márcio Lobão, filho do ex-ministro Edison Lobão, como recebedor de outra parte doa recursos, mas ele não foi alvo desta ação no Pará.

Em depoimento à PF durante a investigação, Luiz Otávio admitiu que pediu doações aos empresários de Belo Monte, mas negou ter recebido recursos via caixa dois. Segundo ele, os repasses foram por meio de doações oficiais.

Já o governador Helder Barbalho escreveu em seu perfil no Twitter: “As doações oriundas da empresa Odebrecht foram integralmente declaradas ao TRE e minhas contas aprovadas pela Justiça Eleitoral. Reitero o compromisso com a lisura de todo processo eleitoral e com o trabalho da Justiça”.

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