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Líder do partido de Bolsonaro pede a Alexandre de Moraes autorização para visitar o ex-presidente

Sóstenes Cavalcante justificou vínculo pessoal e relevância institucional para solicitar ida à Superintendência da PF. (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), encaminhou, nessa quinta-feira (27), ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes um pedido de autorização para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. A solicitação representa mais um movimento de parlamentares aliados que buscam acesso ao ex-mandatário desde o início do cumprimento da pena.

No ofício, Sóstenes fundamenta o pedido destacando tanto a relação pessoal com Bolsonaro quanto o papel exercido pelo ex-presidente na vida pública brasileira. O parlamentar afirma que a visita teria caráter institucional e humanitário, e sublinha a condição excepcional vivida por Bolsonaro desde sua prisão. “Requeiro a expedição da autorização de visita em meu favor, autorizando o meu ingresso na Polícia Federal, em Brasília/DF, para realizar visita institucional e humanitária, sendo motivada pela amizade e pela relevância do papel público exercido pelo ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, e sua atual condição excepcional a que está submetido”, diz o documento.

Até agora, Moraes tem autorizado apenas visitas de familiares próximos. No domingo (23), antes do início do cumprimento da pena resultante de sua condenação no caso da trama golpista, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esteve na sede da PF. Na terça-feira (25), Bolsonaro recebeu a visita dos filhos Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador, e Carlos Bolsonaro (PL), vereador no Rio de Janeiro. Essas visitas familiares vêm sendo tratadas como parte do protocolo padrão aplicado a detentos em condições semelhantes, com acompanhamento e horários previamente definidos.

Nesta quinta-feira, Bolsonaro recebeu novamente a visita de Michelle, que retornou à PF, além de outro filho, o vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan (PL). Após o encontro, Jair Renan afirmou que o pai apresenta fragilidade emocional e física, relatando episódios recorrentes de soluços e demonstrando sentimento de injustiça. “Meu pai está muito mal. Ele teve crises de soluço a noite toda. Encontrei com ele durante 30 minutos e ele estava com crise de soluço. É muito triste o que está acontecendo”, disse.

O vereador relatou ainda ter levado livros de caça-palavras para ajudar o ex-presidente a se distrair durante o período na prisão. Segundo ele, a conversa entre ambos evitou temas políticos, concentrando-se em assuntos leves, como futebol, na tentativa de oferecer algum conforto emocional. “Tentei levantar o ânimo do meu velho. Como filho, está sendo muito triste ver tudo isso. Conversei com ele mais sobre futebol. Tentei distrair a cabeça do meu velho. Tentar tirar um sorriso dele… Muito difícil. Está se sentindo injustiçado”, relatou.

Condenado pelo STF por liderar uma trama golpista, Bolsonaro começou a cumprir, na terça-feira, pena de 27 anos e três meses de prisão. O processo resultou de investigação sobre sua participação em articulações que, segundo a decisão judicial, atentaram contra o Estado Democrático de Direito. Desde então, sua rotina na PF tem sido acompanhada de perto tanto por familiares quanto por aliados políticos, que buscam obter autorizações formais de visita. (Com informações de O Estado de S. Paulo e do jornal O Globo)

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