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Líder do PSL na Câmara diz em áudio que vai implodir Bolsonaro

"Somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim volta ao aconchego", afirmou o deputado. (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Em meio ao racha do PSL, o deputado Delegado Waldir (GO), líder do partido na Câmara, foi gravado dizendo que vai implodir o governo de Jair Bolsonaro. “Vou fazer o seguinte, eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele, eu tenho a gravação. Não tem conversa, eu implodo o presidente, cabô, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo, cara. Eu votei nessa porra, eu andei no sol 246 cidades, no sol gritando o nome nesse vagabundo”, disse o deputado.

​Em meio a um racha no PSL, escancarado depois de o presidente admitir que pode deixar a legenda, deputados do partido deflagraram uma guerra de listas na noite de quarta-feira (16) para troca do líder na Câmara.

A disputa põe em choque aliados do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar (PE). Bolsonaro e Bivar estão há mais de uma semana em atrito, depois de o presidente afirmar que o colega de partido está “queimado pra caramba”. Bivar também foi alvo de operação da Polícia Federal que investiga suposto esquema de candidaturas laranjas.

O atual líder da bancada é Delegado Waldir (GO), mas bolsonaristas querem substituí-lo por Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente, como a Folha antecipou. Segundo deputados, Bolsonaro atuou pessoalmente para influir no processo.

As versões desencontradas geraram uma confusão no protocolo da Câmara. A ala bolsonarista entregou uma lista com 27 assinaturas para tirar Waldir do comando da bancada. Uma contra-lista foi então apresentada com 32 deputados.

Como o PSL tem 53 parlamentares, a conta não fecha. O impasse foi instaurado. Como a lista para manter Waldir na liderança foi a última protocolada, é ela que vale por enquanto para a Câmara.

Eduardo já comentou uma eventual substituição. “O meu compromisso aqui é ficar até dezembro, oportunidade em que teremos eleições para o ano que vem”, afirmou em entrevista coletiva, cercado pelo núcleo duro dos bolsonaristas.

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