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Líderes partidários na Câmara dos Deputados avaliam que a desistência de Luciano Huck favorece uma candidatura presidencial de centro

Comunicador garante que jamais confirmou o seu nome como presidenciável. (Foto: Banco de Dados/O Sul)

Líderes partidários na Câmara dos Deputados viram com surpresa e ceticismo a desistência do apresentador e empresário Luciano Huck, 46 anos, em disputar a Presidência da República na eleição deste ano. Para os partidos de centro, a saída beneficia as pré-candidaturas do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Novo líder do PRB na Câmara, Celso Russomanno (SP) contou que, mesmo sendo amigo do apresentador, não sabia que ele enterraria de vez a chance de concorrer ao Palácio do Planalto. Russomanno lamentou que a vida de Huck tenha sido “vasculhada” nos últimos dias e disse que é difícil passar o tempo todo tendo de se defender de acusações.

“Não é fácil para a pessoa pública não acostumada a apanhar publicamente manter uma candidatura. Tem de ter estômago”, comentou o líder do PRB. Ele acredita que mesmo fora da campanha, Huck terá um papel relevante como cabo eleitoral. “Ele será um bom cabo eleitoral para quem for candidato. Quem o trouxer terá grande força”, previu. O PRB vem mantendo conversas com Alckmin e Maia e deve decidir só na véspera das convenções quem vai apoiar.

O líder do PR, José Rocha (BA), acredita que sem Luciano Huck no páreo, ganha força uma candidatura de centro. Para o deputado baiano, a tendência é PSDB e DEM se juntarem em algum momento das negociações numa chapa encabeçada por Alckmin, mas com a vaga de vice em aberto.

Rocha avalia que Huck não aguentou os “bombardeios” da imprensa e que isso certamente lhe causaram problemas familiares. Para Rocha, o apresentador também teria dificuldades em se alinhar com o Parlamento se fosse eleito. “O perfil dele no Planalto não seria o mesmo perfil dos eleitos no Congresso”, comentou.

Já o líder do PT, deputado federal Paulo Pimenta (RS), considera que a nova desistência do apresentador não passa de um jogo-de-cena. “Enquanto eles não tiverem um candidato competitivo, o nome de Luciano Huck continuará sendo uma possibilidade”, criticou.

“Cabo eleitoral”

Com a desistência de Huck, o líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), admite que o partido vai trabalhar para tê-lo como cabo eleitoral, seja de Geraldo Alckmin ou do prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio. “Temos agora de trazê-lo para nos apoiar”, ressaltou.

Na avaliação do parlamentar, o apresentador representa a renovação e tem afinidade com o pensamento de centro-direita. “Ele sempre teve simpatia pelo PSDB”, assegura. “Assim, há uma chance enorme dele dar esse apoio. Agora, o que nós precisamos é conquistá-lo.”

O líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), é outro que demonstra simpatia pela possibilidade de Huck participar do pleito eleitoral, ainda que indiretamente. “Política se faz com participação. Não adianta ficar só reclamando sobre o que está aí. Nesse sentido, sempre achei louvável sua presença. Já participou de campanhas como colaborador e poderia contribuir mais se fosse ele candidato”, conjecturou.

 

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