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Liminares do Supremo favorecem acordo com o presidente da Câmara sobre impeachment, avalia governo

O plano de Cunha é usar a ameaça de deposição de Dilma como moeda de troca para barrar, com votos de ambos os lados, uma investigação contra ele no Conselho de Ética por quebra de decoro (Foto: Sérgio Lima/Folhapress)

Após o STF (Supremo Tribunal Federal) barrar o rito dos pedidos de impeachment, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), admitiu nesta terça-feira (13), em conversas reservadas, estar disposto a indeferir a acusação contra Dilma Rousseff elaborada por Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Conforme avaliações internas, o pedido foi “contaminado” e se transformou em “peça maldita”. Um novo requerimento, concentrado em supostas irregularidades de 2015, já está sendo preparado.

Mas a nova peça só sairá do forno quando Cunha quiser. Isso assegura ao peemedebista o poder de amarrar governo e oposição à sua estratégia de se manter no comando da Casa. Seu plano é usar a ameaça de deposição de Dilma como moeda de troca para barrar, com votos de ambos os lados, uma investigação contra ele no Conselho de Ética por quebra de decoro. Com isso, dizem tucanos e petistas, a novela do impeachment volta algumas casas no tabuleiro, mas continua tendo Cunha “como diretor dos próximos capítulos”, brinca um aliado.

Mais do que um decisão jurídica, as liminares do STF serviram para alimentar no Planalto a expectativa de uma possível reaproximação com Cunha, hipótese remota até a véspera. O encontro reservado de Cunha com Jaques Wagner, na segunda-feira à noite, na Base Aérea de Brasília, serviu para o ministro da Casa Civil “sentir o clima” e medir o nível de aproximação do deputado com a oposição. (Folhapress) 

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