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Lobista pagou 1,8 milhão de reais para reforma e decoração em casa de José Dirceu

Um conjunto de sofás, poltronas, mesas de centro e aparador para a sala de estar custou 140 mil reais. (Foto: Reprodução)

O lobista Milton Pascowitch pagou 1,8 milhão de reais para reformar e decorar uma casa para o ex-ministro José Dirceu em Valinhos, no interior de São Paulo, em 2013. O valor, declarado pela arquiteta Daniela Facchini em depoimento prestado à PF (Polícia Federal) em agosto, é R$ 500 mil mais alto do que o informado pelo delator no início da Pixuleco, 17ª fase da Operação Lava-Jato.

Ao comprovar que recebeu pelo serviço, Daniela anexou no processo a lista de móveis comprados para mobiliar a casa. Um conjunto de sofás, poltronas, mesas de centro e aparador para a sala de estar custou 140 mil reais. Para colocar persianas em todas as janelas do imóvel foram gastos 31 mil reais. A lista de compras inclui, ainda, pufes que custaram 4,3 mil reais cada.

O imóvel fica em um terreno vizinho à casa que o ex-ministro já tem em um condomínio fechado de Valinhos. Além de sala, cozinha e terraço, a casa tem duas suítes, sala de reuniões, projeto de paisagismo e deck na área externa.

Em depoimento à PF, Daniela afirmou que conhece Pascowitch há cerca de cinco anos e que frequenta sua casa. Segundo ela, o lobista pagou 1,3 milhão de reais por meio de uma transferência na conta corrente e cerca de 500 mil reais em dinheiro vivo. Por meio de seus advogados, Daniela informou à Justiça que está providenciando a retificação do imposto de renda sobre o valor da taxa de administração que coube a ela, cerca de 194 mil reais.

Em delação premiada, Pascowitch confessou que pagou somente 1,3 milhão de reais pela reforma da casa a título de propina. A casa de Vinhedo (SP) também foi citada no relatório da investigação da PF porque foi comprada por Julio Cesar dos Santos, ex-sócio de Dirceu, por 500 mil reais. Ele repassou o imóvel para o ex-ministro por meio de um contrato de gaveta no valor de 100 mil reais. Segundo a corporação, pode ser uma tática para “ocultar valores”. (AG)

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