O presidente Lula autorizou que emissários procurem caciques do MDB para tentar segurar o partido na base de apoio, em 2026. Isso divide e desagrada o PT, que ainda hoje culpa o ex-presidente Michel Temer pelo impeachment de Dilma, em 2016. As conversas acontecem com discrição e tem alvos definidos, como os clãs Calheiros, em Alagoas, e Barbalho, no Pará. Desidratada politicamente, hostilizada até em seu Estado, a ministra Simone Tebet (Planejamento) tenta abiscoitar a vaga.
Piscadela
Sem prometer, mas sem negar, a insinuação dos conchavos é a vaga de vice-presidente na chapa de Lula, no ano que vem.
Apesar da reserva, a movimentação chegou ao PSB, hoje dono da vice. Ajudou a dar uma azedada na relação com os socialistas.
Bora vazar
Caravanas que o MDB lançou em março, para ouvir a base, captou cenário desfavorável. O partido não quer papo com o desgastado Lula.
Já tem data
O MDB prepara um congresso nacional para bater o martelo sobre os rumos do partido para 2026. Se nada der errado, será em setembro.
Afirmação histórica de Fachin é luz no fim do túnel
Saiu de onde menos se esperava uma enfática declaração de respeito aos princípios democráticos e contra a censura, em sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quarta (25). O insuspeito ministro Edson Fachin, que em setembro assume a presidência do STF, advertiu que “a adoção do controle do discurso dos usuários não faz parte do Estado de direito democrático”, referindo-se à censura, que ofende a Constituição, como seus colegas pretendem impor às redes sociais.
O remédio é outro
“Eu não subscrevo a medicação que a maioria está a prescrever para esses males”, disse ele, que compreende as apreensões sobre o tema.
Nas quatro linhas
Ele disse que “os remédios para os males da democracia precisam ser encontrados dentro da caixa de ferramentas da própria democracia”.
Sopro de esperança
A importante declaração de Fachin se soma a outra, recente, em defesa da autocontenção, quando criticando o viés “legislador” do STF.
Ladras first
O deputado Filipe Barros (PL-PR) criticou o Itamaraty de Lula, que nega traslado a Juliana Marins, morta na Indonésia, mas enviou jato da FAB para buscar a ex-primeira-dama do Peru, condenada por ladroagem.
Reação audível
Na Câmara, até mesmo o PSD orientou voto a favor do projeto da oposição que barra o aumento do IOF e outros pretendidos por Lula. Os (poucos) deputados presentes reagiram com surpresa: “Oh!”
Bem que ele tentou
Tanto governo quanto oposição não gostaram da decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), de pautar o projeto que barra o aumento do IOF na noite de ontem (25). Mas o governo desgostou mais.
Passaram o rodo
A notícia espantou até os críticos mais duros do peronismo: o dinheiro do “Caso Cuadernos”, que botou na cadeia a ex-presidente Cristina Kirchner, equivale a todas as reservas do Banco Central da Argentina.
Petista falou
O gabinete do senador Rogério Carvalho (PT-SE) falou sobre a viagem de Lurian em dia útil e sem levar falta. Disse que é comum idas à Brasília. Sobre o rolê ao Rio de Janeiro e Campinas… nada.
Caro e ineficiente
Diretor do “Ranking dos Políticos, Juan Carlos Arruda critica o aumento no número de deputados, “O Brasil precisa de eficiência, não de mais cadeiras ocupadas por quem já tem dificuldade em entregar resultados”.
Cid na PF
Ainda não tem data definida, mas o delator Mauro Cid deve ser chamado à Polícia Federal para novo depoimento. Vai ter que explicar melhor a suposta troca de mensagens via Instagram. Cid nega autoria.
Pula fora
A antecipação do desembarque do União Brasil e do Progressistas do governo Lula tem explicação. Acham que um nome da direita, como Tarcísio de Freitas (Rep), tem mais chance do que Lula ser reeleito .
Pensando bem…
…às vezes o placar reflete o jogo.
PODER SEM PUDOR
Tudo a declarar
Quando criticou há dias aqueles que acordam e confundem barbeador com microfone, o presidente Lula deve ter ironizado os próprios hábitos. Ou tem memória fraca. Há dois anos (19 de dezembro de 2002), na OAB, ao anunciar Márcio Thomaz Bastos como ministro da Justiça, ele confessou: “Eu não posso ver um microfone. Quando eu era pequeno, era doido por uma tapioca, agora sou doido por um microfone…”
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos