Lula (PT) mobilizou seus aliados e impediu a convocação de Fabio Luiz, seu filho “Lulinha”, para depor na CPMI que investiga o roubo aos aposentados. A CPMI já sabia das suspeitas de envolvimento de Lulinha: depoimento à Polícia Federal revelou que ele recebia mensalão de R$300 mil pagos a Lulinha por Antonio Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. O relator, Alfredo Gaspar (União-AL), pediu que a Polícia Federal aprofunde investigações sobre as relações de Lulinha com o “Careca”.
Parças em viagem
De acordo com Alfredo Gaspar, há cerca de um ano, 8 de novembro de 2024, Lulinha fez viagem a Lisboa na companhia do “Careca do INSS”.
Vai que é tua, PF
Alfredo Gaspar tem todos os detalhes, do número do voo às poltronas ocupadas pelo filho de Lula e seu alegado parceiro, o “Careca do INSS”.
Apenas uma dica
Impedido de interrogar o filho de Lula, Gaspar sugeriu à PF investigar o voo de 8 de novembro: “os senhores vão encontrar uma quadrilha”.
Falta de pudor
“Não aguento mais essa blindagem despudorada”, desabafou o relator, “ninguém pode estar acima da investigação”, lamentou.
Governistas desconfiam de canetada de Mendes
Governistas que frequentam a cozinha do Planalto garantem que foram surpreendidos com a canetada de Gilmar Mendes que blinda os colegas ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na verdade, desconfiam que decisão de Mendes não teve a intenção de ajudar o indicado de Lula ao STF Jorge Messias, mas justamente o contrário ao provocar reação instantânea no Congresso. É lembrado, por exemplo, que para vaga de Rosa Weber, o ministro torcia para ver Bruno Dantas (TCU) na cadeira.
Vira casaca
Mendes trocou a torcida para Dantas por Flávio Dino, então ministro de Lula no Executivo. Se deu bem. Dino foi indicado em novembro de 2023.
Outro nome
Na vaga de agora, Mendes também nutria simpatia pela indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ignorado por Lula.
Ouvidos moucos
A coluna ouviu ainda que o ministro procurou alguns senadores antes de tomar a decisão, foi desaconselhado. Deu de ombros.
Pra torcida
Não convenceu o pedido de Jorge Messias para Gilmar Mendes reconsiderar a decisão de decretar a miniaturização do Senado. É que a tese de mestrado de Messias é um elogio ao ativismo judicial.
Nasceu gigante
O União Brasil e o PP registraram a federação União-Progressista no TSE. Estarão separados nas urnas (números 44 e 11 permanecem), mas agora compartilham um caixa de mais de R$1,2 bilhão anuais.
Deboche no STF
Oposicionistas como a deputada Julia Zanata (PL-SC) interpretam como deboche a afirmação de Flávio Dino de que Alexandre de Moraes seria “perseguido”, daí os 80 pedidos de impeachment. É um gozador.
Papel é do Congresso
Gilmar Mendes disse que sua decisão, blindando o próprio e demais ministros do STF, decorre de uma “atualização da lei”. Papel tomado do Poder Legislativo, que tem a tarefa constitucional de criar e alterar leis.
No seu quadrado
“Não cabe ao Supremo ‘revisar’ a Constituição. Essa função é exclusiva do Legislativo”, diz o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) após Gilmar chamar a lei do impeachment de “desatualizada”.
É o ativismo, mané
Há no STF quem atribua à bolha que seus integrantes criaram a falta de percepção de que a enxurrada de pedidos de impeachment decorre do ativismo dos ministros e não dos autores dos pedidos.
Crueldade
Diagnosticado com Alzheimer, o general Augusto Heleno só poderá progredir para o regime semiaberto em setembro de 2031. A condicional está ainda mais longe, julho de 2034, aos 87 anos.
Pé no freio
Parou o processo de extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália. A Justiça quer saber primeiro sobre as condições do cárcere por aqui. Por lá, nada deve andar até o próximo dia 10.
Pensando bem…
…o Estado não sou eu, é o meu amigo.
PODER SEM PUDOR
Viventes da madrugada
Lula conhece os companheiros de copo e de cruz. Certa vez, em seu primeiro governo, ele ouviu do deputado Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP) a garantia de que sua candidatura a presidente da Câmara era mesmo pra valer, até porque na noite anterior havia fechado um acordo com o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG). Lula o interrompeu: “…a que horas vocês fecharam esse acordo?” Fleury informou: “Uma e meia da manhã, presidente”. Lula, deu uma risada: “Ah, então foi o Virgílio mesmo!”.
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos – Instagram: @diariodopoder)
