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Lula contraria o PT e quer candidaturas próprias nas eleições municipais do ano que vem

Ex-presidente começou a articular a estratégia do PT nas disputas do ano que vem. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Contrariando parte expressiva do PT que defende priorizar a formação de uma frente de esquerda e ceder espaço a aliados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que o partido lance candidaturas próprias a prefeito no ano que vem. À espera de decisões da Justiça que podem tirá-lo da prisão, Lula começou a articular a estratégia do PT nas eleições municipais de 2020.

Além de tentar recuperar o espaço que o partido perdeu nos últimos anos, Lula quer transformar a disputa do ano que vem em um “plebiscito” sobre o governo Bolsonaro. Apesar de tradicionalmente as campanhas municipais focarem nos problemas locais, o ex-presidente defende a nacionalização da disputa.

As orientações do ex-presidente são passadas em conversas com quem o visita na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso desde abril do ano passado, e em entrevistas. Depois de perder a Presidência da República, o PT vê a eleição municipal como um desafio para não reduzir ainda mais sua musculatura no país. Em 2016, o partido saiu com 375 prefeituras a menos do que conquistou nas eleições de 2012. Ganhou em 256 municípios.

Apostas

Hoje, os petistas não comandam nenhuma capital. Lula diz que a legenda tem de apostar em nomes próprios em quantas cidades for possível, especialmente nas capitais.

Alguns nomes já foram mencionados pelo ex-presidente, como as deputadas federais Benedita da Silva, no Rio, e Marília Arraes, no Recife; o ex-ministro Patrus Ananias, em Belo Horizonte. Em São Paulo, depois de a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, falar no candidato derrotado à Presidência Fernando Haddad, Lula ventilou a ideia de atrair a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy de volta ao partido.

Uma parte expressiva do PT, no entanto, vê com receio a estratégia de a legenda impor seus nomes. Essas lideranças avaliam que o partido deveria focar no fortalecimento de uma frente de esquerda, cedendo espaço a siglas como PDT, PSB, PCdoB e PSOL nas eleições municipais.

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