O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta semana que não parou de criticar o patamar da taxa de juros no País, mas não vai “falar mal” publicamente do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. “Foi indicado por mim”, lembrou Lula em entrevista.
“O Galípolo sabe que a taxa de juros está alta, eu sei, todo mundo sabe. O que é preciso saber é o seguinte: qual é o timing de você começar a baixar isso”, continuou. O mandatário afirmou que o governo está controlando a inflação e ela está “metade daquilo que eu recebi”.
“A taxa de juros vai começar a abaixar, é uma questão de dias. Não vou dizer que é o ano que vem, pode ser este ano ainda, mas ela vai começar a abaixar”, sustentou. Ele disse que a redução vai ocorrer “com muita sustentabilidade”, pois o País não pode “ficar numa gangorra”.
Questionado se o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) e projetos como o Gás do Povo não vão impactar as contas públicas, Lula respondeu: “Isso é uma bobagem tão grande. Pegue a história do Brasil, julgue meus oito anos de mandato na Presidência da República e veja o que aconteceu com o déficit brasileiro. Eu fui o único presidente da República dentro do G20 que cumpria superávit primário”.
E completou: “Responsabilidade fiscal para mim é uma coisa séria, eu aprendi com a dona Lindu, uma mãe analfabeta, que cuidava do dinheiro. Eu não preciso de professor para me ensinar que eu tenho que ter seriedade”.
Ele prosseguiu dizendo que o País não tem déficit fiscal. “O que acontece é que os banqueiros ficam todos nervosos quando a gente anuncia que vai dar dinheiro para pobre.”
Lula ainda defendeu que “muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza”, e o contrário significa “distribuição de riqueza”. Ao final da entrevista, disse que nunca foi de discutir macroeconomia. “Discuto a microeconomia, eu quero saber se o dinheiro está chegando lá embaixo. Quando chega lá em cima, vai para o banco especular.”
Gás do Povo
A ideia do governo federal é viabilizar o acesso ao gás de cozinha para todo público alvo até março de 2026. Em todo país, 15,5 milhões de famílias serão contempladas. A prioridade do programa será para os beneficiários do Bolsa Família. Cada família terá direito a uma quantidade de botijões por ano, de acordo com o tamanho da composição familiar:
– Até três botijões para famílias com dois integrantes;
– Até quatro para famílias com três pessoas;
– Até seis botijões para famílias com quatro ou mais membros.
De acordo com o governo, os beneficiários poderão retirar o botijão gratuitamente em 58 mil postos de revenda credenciados em todo o país. Os locais terão identificação com a placa “Aqui tem Gás do Povo”. O governo também estuda retomar a distribuição por “gaiolas” em postos de combustíveis, para facilitar a retirada do botijão em áreas mais afastadas.