Ícone do site Jornal O Sul

Lula fica ao lado de Zelensky em foto oficial de líderes do G7 e de países convidados

Donald Trump, dos Estados Unidos, não ficou para o chamado "retrato de família". (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou ao lado do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na foto oficial dos líderes do G7 e de países convidados para a reunião do grupo. O retrato foi tirado nesta terça-feira (17). Donald Trump, dos Estados Unidos, não ficou para o chamado “retrato de família”. Na foto, Lula ficou entre Zelensky e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

O petista e Zelensky foram convidados para uma sessão ampliada do G7, grupo que reúne sete das maiores economias do mundo: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão. O evento ocorre na cidade de Kananaskis, no Canadá. O Brasil não faz parte do grupo, no entanto, desde que retornou ao Palácio do Planalto, em 2023, Lula tem sido chamado a participar das reuniões.

Embora já tenham se encontrado pessoalmente em Nova York e falado por telefone, os dois líderes estão distantes desde que Lula deu declarações polêmicas, afirmando por exemplo que, se Zelensky fosse “esperto”, diria que a saída para a guerra é diplomática, não militar. Zelensky, por sua vez, já disse que Lula não é mais um “player” nas negociações.

Mesmo assim, no mês passado, o Ministério das Relações Exteriores informou que o ministro Mauro Vieira conversou por telefone com o chanceler da Ucrânia, Andrii Sybiha, sobre a guerra que o país trava com a Rússia.

Na ocasião, ele reiterou a posição do Brasil de que haja uma negociação direta entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Lula teve um encontro separado com o anfitrião da cúpula, o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney.

Sem citar o nome do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula parabenizou Carney pela defesa que o Carney fez da soberania do país durante a eleição que garantiu ao canadense a cadeira de primeiro-ministro.

“E lhe dar os parabéns por sua vitória e lhe dar os parabéns também pela sua defesa contundente em defesa da soberania do Canadá”, disse Lula.

Trump provocou polêmica nos últimos meses com declarações a respeito de uma possível anexação do Canadá aos Estados Unidos. Os comentários foram criticados por autoridades canadenses e explorado na campanha por Carney.

Discurso 

O presidente Lula afirmou que as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio mostram que há um “vácuo de liderança” global. Para o brasileiro, é preciso “devolver o protagonismo” à Organização das Nações Unidas (ONU). O discurso de Lula não teve transmissão, e o Palácio do Planalto divulgou uma transcrição da fala do presidente.

Conforme o texto divulgado pelo governo, o petista voltou a afirmar que, pela via militar, Ucrânia e Rússia não atingirão seus objetivos na guerra que se arrasta há mais de três anos.

O presidente brasileiro reforçou que somente o diálogo entre os dois países “pode conduzir a um cessar-fogo e pavimentar o caminho para uma paz duradoura”. O petista criticou novamente Israel pelo que chamou de “matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças” na Faixa de Gaza e citou possíveis impactos do conflito recente entre Israel e Irã.

“Os recentes ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”, afirmou.

Lula ainda citou a crise no Haiti, com dificuldades para lidar com gangues, para citar a necessidade de fortalecer a ONU – o presidente cobra uma reforma no Conselho de Segurança.

“Não subestimo a magnitude da tarefa de debelar todas essas ameaças. Mas é patente que o vácuo de liderança agrava esse quadro. Estão sentados em torno desta mesa três membros permanentes do Conselho de Segurança e outras nações com tradição na defesa da paz. É o momento de devolver o protagonismo à ONU”, declarou. Com informações do portal de notícias g1.

Sair da versão mobile