Uma das expectativas da Cúpula do G20 neste fim de semana em Joanesburgo é encerrar o encontro dos líderes com uma declaração do Sul Global, que engloba países emergentes e em desenvolvimento, em defesa dos minerais críticos. Uma das estratégias é defender o enriquecimento desses minérios e insumos nos países de origem.
Ou seja, no lugar desses minerais serem extraídos e levados para outras nações que contam com o suporte tecnológico para beneficiar esses insumos, os países subdesenvolvidos querem reforçar a importância dessas matérias-primas gerarem riquezas e desenvolvimento na própria região de onde foram retiradas.
Sobre o tema, o embaixador do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Philip Fox-Drummond Gough, explica que os minerais críticos são uma prioridade da África do Sul na gestão do G20.
“A declaração deve defender que o beneficiamento desses minerais ocorra nos países de origem, ou seja, nos países que extraem esses minerais, para que eles possam se mover na escala de produção”, detalhou.
Vale lembrar que os minerais críticos são de interesse dos Estados Unidos e também da China, pois são fundamentais para a construção de super ímãs, por exemplo. Lula já deu declarações defendendo pesquisas no Brasil para identificar essas riquezas naturais e dizendo que não vai abrir mão dos recursos naturais do país.
De acordo com o presidente, o Brasil conhece apenas 30% da disponibilidade desses minérios no território.
Para participar do G20, Lula desembarcou nessa sexta-feira (21) em Joanesburgo, na África do Sul, e no domingo embarca para Maputo, capital de Moçambique, onde segue com compromissos reforçando o diálogo com a África.
“O G20 traz em 2025 o lema Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade, temas de fundamental importância para o Brasil e para o Sul Global”, escreveu Lula em publicação nas redes sociais nesta manhã, ao desembarcar na capital sul-africana.
Como presidente do bloco em 2024, o Brasil tem participação destacada também nesta edição da cúpula, por integrar a “troika” ao lado da África do Sul e dos Estados Unidos, próximo país a assumir o comando do fórum. A troika é a cooperação entre a presidência atual, a anterior e a próxima do grupo para garantir a continuidade e a preparação para a cúpula.
Ao conduzir os trabalhos, a presidência sul-africana elencou quatro prioridades para as discussões: fortalecimento da resiliência e capacidade de resposta a desastres; sustentabilidade da dívida pública de países de baixa renda; financiamento para a transição energética justa; e minerais críticos como motores de desenvolvimento e crescimento econômico.
O G20 é o principal órgão para cooperação econômica internacional, criado em 1999. A cúpula será dividida em três sessões temáticas e resultará em uma declaração de líderes. Entre os avanços, o texto vai tratar sobre os princípios que devem ser observados na extração e beneficiamento dos minerais estratégicos e terras raras. As informações são do portal de notícias R7 e da Agência Brasil.
