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Lula presta depoimento ao Ministério Público Federal e nega tráfico de influência em favor da Odebrecht

De acordo com a assessoria do ex-presidente, Lula foi ao Ministério Público voluntariamente. (Foto: Celso Junior/AE)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento das 11h às 13h30min, nessa quinta-feira, ao MPF-DF (Ministério Público Federal) no Distrito Federal em inquérito que apura suposto tráfico de influência. Segundo o MDF-DF, Lula foi ao órgão espontaneamente, sem ter sido intimado.

O alvo das investigações são viagens internacionais realizadas pelo ex-presidente que teriam sido bancadas pela empresa Odebrecht. Entre os países visitados por Lula com patrocínio da maior construtora brasileira estão Cuba, República Dominicana, Gana e Angola.

Em reportagem publicada no mês de maio, a revista Época revelou documentos que mostraram que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) fechou o financiamento de, ao menos, 1,6 bilhão de dólares com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira.

No depoimento dessa quinta-feira Lula respondeu às perguntas e argumentou que presidentes e ex-presidentes do mundo inteiro defendem as empresas de seus países no exterior.

Sem interferência

A assessoria do ex-presidente disse também que ele ressaltou jamais ter interferido em qualquer contrato celebrado entre o BNDES e empresas privadas.

O depoimento de Lula foi dado ao procurador Ivan Cláudio Marx, que assumiu a investigação sobre o ex-presidente no início deste mês.

Ele substituiu outras duas procuradoras que deixaram o caso neste ano por licença maternidade e transferência dentro do MPF.

Segredo de Justiça

A investigação sobre suposto tráfico de influência do ex-presidente tramita em segredo de Justiça. Desde o início das apurações, o MPF já solicitou informações a vários órgãos, incluindo a Odebrecht, o BNDES, a Infraero, o Itamaraty e o próprio Instituto Lula.

Em julho, os investigadores pediram também compartilhamento das provas já colhidas na Operação Lava-Jato, sob comando do juiz Sergio Moro, da Justiça Federal em Curitiba, no Paraná.

Lula não está entre os políticos que são investigados em inquéritos na Lava-Jato. (AG)

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