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Lula quer usar seu depoimento a Sérgio Moro para reforçar o discurso de vítima e criar um clima que inviabilize a retirada de sua candidatura para 2018

Lula visita uma feira do MST na Zona Oeste de São Paulo. (Foto: Filipe Araújo)

O cara a cara com o juiz Sérgio Moro, na próxima quarta-feira (10), sob forte esquema de segurança montado em Curitiba (PR), vem sendo tratado por petistas e pelo próprio ex-presidente Lula como ferramenta importante na estratégia de transformar o interrogatório em ação penal na Justiça Federal em batalha política, capaz de assegurar sua presença na disputa presidencial de 2018.

Embora pressionado por crescentes acusações de delatores, a última do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, que o acusou de comandar o esquema de propina na estatal, Lula quer reforçar o discurso de vítima de perseguição. Até o momento à frente nas pesquisas de intenção de voto, o PT atua para mobilizar seus apoiadores no Brasil e no exterior, para onde Lula planeja viajar nas próximas semanas em busca de mais apoio.

O primeiro ato do petista é disseminar a tese de que nada do que disser a Moro no depoimento influenciará o magistrado na hora de julgá-lo no processo que trata do apartamento tríplex no Guarujá, cuja propriedade é atribuída a ele, e do armazenamento de seu acervo presidencial pela empreiteira OAS. O ex-presidente Lula é o último entre os investigados nesses processos a prestar depoimento. Por isso, o interrogatório deve ser transformado em um ato político midiático com alvo definido: os seus simpatizantes.

Apesar de o ex-diretor da Petrobras Renato Duque ter acusado o ex-presidente de comandar o esquema de corrupção na estatal, Lula pretende usar seu depoimento ao juiz Moro para reforçar o discurso de vítima e criar um clima político que inviabilize a retirada de sua candidatura para 2018. (Sérgio Roxo/AG)

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