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Lula reclama de pedido de delegado da Polícia Federal e se diz alvo de perseguição

Após chegar de viagens, Lula conversou com aliados sobre a atuação do delegado Souza. (Foto: Hugo Villalobos/AFP)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou, nessa segunda-feira, do delegado federal Josélio Azevedo de Sousa, que pediu que ele fosse ouvido em um inquérito de um desdobramento da Operação Lava-Jato.

Em conversas com aliados, Lula afirmou que essa é uma tentativa de atingi-lo politicamente, uma vez que o próprio delegado reconhece, em seu relatório, não haver provas de seu envolvimento direto no desvio de recursos da Petrobras.

Segundo seus interlocutores, Lula afirmou que o pedido será usado como munição da oposição. Ainda segundo eles, o ex-presidente reclamou de excessos cometidos por delegados da PF (Polícia Federal) sob a condução do ministro José Eduardo Cardozo.

Um dos principais interlocutores de Lula, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) disse que essa é uma medida despropositada. Para ele, o pedido foi criado para beneficiar a oposição. “Não conversei com Lula, mas se ele não pensasse assim eu discordaria dele. Estou preocupado com essa partidarização da PF”, declarou.

O pedido ainda será analisado pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Pelas regras em vigor no STF (Supremo Tribunal Federal), os pedidos da PF só são avaliados pelo ministro relator dos casos da Lava-Jato, Teori Zavascki, depois de uma manifestação formal do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Se o procurador for contrário à ideia de ouvir Lula, o ministro do STF não irá ouvi-lo.

Em seu relatório, o delegado reconhece que não há provas do envolvimento direto de Lula, porém considera que a investigação não pode se furtar à luz da apuração dos fatos se o ex-presidente foi ou não beneficiado pelo esquema na Petrobras, obtendo vantagens para si, para o PT ou mesmo para seu governo. (Folhapress)

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