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Lula resiste a apelos de ministros de fazer gesto direto a evangélicos

Petista já negou uma série de propostas que chegaram ao gabinete, como a criação de um grupo do governo que dialogue com o segmento. (Foto: Reprodução)

Mesmo com a popularidade em queda e enfrentando dificuldades especialmente entre os evangélicos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem rejeitado o apelo de ministros para fazer um gesto mais enfático direcionado a este público.

O chefe do Executivo já descartou uma série de propostas que chegaram ao gabinete, como a realização de um evento ou encontro com pastores; a criação de um grupo do governo que dialogue com o segmento; ou o lançamento de programas com políticas públicas específicas para este núcleo de religiosos.

Lula argumenta, segundo um auxiliar, que não quer substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro no púlpito e que deseja se aproximar mostrando que os evangélicos também usufruem dos avanços do governo nas áreas sociais e econômicas. Nas conversas, o presidente costuma repetir que o Estado é laico e que não se deve fazer uso político da fé, mesmo tom usado na reunião ministerial de segunda-feira.

Sem a presença das câmeras, o presidente disse que não vê problema algum em falar com pastores e que é a pessoa que “mais conversa com gente neste País”. Mas, segundo um ministro presente, deu a entender que o problema não é a disposição em dialogar, mas o fato de parte das lideranças evangélicas não desejarem uma aproximação. Lula ainda se ressente do que entende por ingratidão de líderes, que foram próximos de gestões petistas passadas e depois estreitaram laços com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Um país em que a religião não seja usada como um instrumento político de um partido ou de um governo. Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo neste País”, disse no trecho inicial da reunião.

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