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Lula volta a cobrar financiamento climático de países ricos

"Não temos a mesma dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global", declarou. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesse sábado (16), na Cúpula do G77, em Havana (Cuba), e voltou a cobrar que países ricos “paguem a dívida histórica” com as questões climáticas, pedindo que apoiem países em desenvolvimento em matéria de preservação ambiental.

Para Lula, “o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, permanece válido”: “É por isso que o financiamento climático tem de ser assegurado a todos os países em desenvolvimento segundo suas necessidades e prioridades”.

“Temos que aproveitar o patrimônio genético da nossa biodiversidade com repartição justa dos benefícios resguardando a propriedade intelectual sobre nossos recursos e conhecimentos tradicionais”, afirmou.

“Vamos promover a industrialização sustentável, investir em energias renováveis na bioeconomia e na agricultura de baixo carbono. Faremos isso sem esquecer que não temos a mesma dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global”, acrescentou Lula.

Desinformação

No mesmo discurso, o presidente defendeu a regulamentação de plataformas digitais para evitar o espalhamento de desinformação, citando um projeto da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

“O projeto de diretrizes globais para a regulamentação de plataformas digitais da Unesco equilibra a liberdade de expressão e o acesso à informação com a necessidade de coibir a disseminação de conteúdos que contrariam a lei ou ameaçam a democracia e os direitos humanos”, considerou.

Sobre a questão da inteligência artificial, Lula considerou “bem-vinda”, mas fez ressalvas: “Há duas grandes transformações em curso. Elas não podem ser moldadas por um punhado de economias ricas, reeditando a relação de dependência entre centro e periferia. A primeira é a revolução digital. E a segunda é a transição energética”.

Reunião

Além da cúpula, Lula também teve uma reunião bilateral com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel.

Líder do regime de esquerda – que governa a ilha caribenha desde 1959 – Miguel Díaz-Canel é um dos principais aliados na América Latina do presidente brasileiro. Lula é um crítico do embargo dos Estados Unidos à Cuba.

Lula inclusive externou essa crítica, durante discurso na cúpula. Ele disse que Cuba é “vítima” de um embargo econômico que classificou como “ilegal”.

Lula chegou na noite de sexta-feira (15) a Havana. Na manhã desse sábado, participou da cúpula do G77.

Segundo o governo brasileiro, o grupo foi fundado em 1964 para que países em desenvolvimento pudessem defender suas posições diante das nações industrializadas.

O G77 tem 133 integrantes atualmente, mais a China, que dá apoio financeiro e político ao grupo.

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