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Maduro promulga decreto para evitar “profanação” dos restos mortais de Chávez

Presidente também anunciou que emitirá a Lei de Estabilidade Laboral. (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Horas após a divulgação dos resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que finalmente reconheceu, na noite de terça-feira, a conquista da maioria qualificada pela oposição de dois terços da Assembleia Nacional (AN), o presidente venezuelano, Nicolás Madurou, decidiu, por uso da Lei Habilitante — que lhe dá poderes para governar por decreto até 31 de dezembro — entregar o Quartel da Montanha à Fundação Hugo Chávez. O anúncio foi feito no programa “Em contato com Maduro”, numa medida para evitar a “profanação dos restos de Chávez”, que estão no local.

“Queria ver o que pode acontecer se um dia amanhece uma decisão da nova Assembleia Nacional tirando o comandante Chávez desta instalação histórica. Nem se atrevam. Em nosso comandante não tocam!”, disse Maduro, do próprio quartel.

O presidente também anunciou que emitirá a Lei de Estabilidade Laboral, com o objetivo de proteger o emprego de todos os trabalhadores do país.

Nesta terça-feira, a oposição venezuelana começou a trabalhar na construção de uma agenda parlamentar comum, com o desafio de preservar a união que lhe permitiu derrotar o chavismo nas urnas. Ciente das dúvidas que existem sobre a coesão opositora, o secretário-geral da Mesa de Unidade Democrática (MUD), Jesus Torrealba, assegurou ontem que “a Venezuela pode estar tranquila porque a Unidade saberá administrar este triunfo”.

Ouvidos pelo GLOBO, analistas locais admitiram que a capacidade da MUD de preservar uma aliança até pouco tempo atrás em risco é a principal incógnita política que paira sobre o país. “Neste projeto cabemos todos, porque somos apenas um projeto que se chama Venezuela”, enfatizou Torrealba, tentando afastar as incertezas sobre o futuro de uma aliança eleitoral bem-sucedida.

 

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