O governo da Venezuela, por meio de um decreto publicado nesta terça-feira (5) no Diário Oficial do país, retirou os poderes da Assembleia Nacional sobre a nomeação dos seis diretores do Banco Central nacional. A medida ocorreu horas antes da posse da nova Assembleia, de maioria opositora ao presidente Nicolas Maduro.
O decreto publicado nesta terça permite que o Poder Executivo tenha o direito exclusivo de nomear o presidente e os seis diretores que integram as autoridades do banco.
Nas eleições realizadas no início de dezembro, a coalizão de oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD) conseguiu romper a hegemonia mantida pelo chavismo por três mandatos parlamentares, no que muitos analistas classificaram como um voto de desconfiança do eleitor devido à deterioração da economia.
O novo Parlamento de maioria oposicionista prometeu que um de seus focos principais de ação seria a economia do país, ainda que também tenha dito que sem o apoio do Executivo teria uma atuação limitada em relação às finanças.
Apesar de o Banco Central da Venezuela não ter divulgado os dados econômicos do país, especialistas concordam que a inflação superou os 200% no ano passado, e a economia se contraiu fortemente.
Com a cerimônia de posse dos novos legisladores hoje, a região central de Caracas amanheceu com a segurança reforçada. Detectores de metal foram instalados pela Guarda Nacional e pela Polícia Nacional nos arredores da sede do poder legislativo.
Estações de metrô das linhas 1 e 4 foram fechadas. O jornal NTN24 Venezuela informou no Twitter que um piquete estava impedindo o acesso de deputados da oposição à assembleia. (AG)
Policiais venezuelanos, alguns deles com aparatos de choque, fazem barreira diante da Assembleia Nacional em Caracas. O presidente Nicolas Maduro ordenou que as forças de segurança fossem reforçadas para a cerimônia que dá à oposição o poder do Congresso. (Foto: Reprodução)
