Localizada em Charqueadas (Região Carbonífera), a PEJ (Penitenciária Estadual do Jacuí) foi palco de um confronto entre dois grupos de detentos no final da noite de sábado (4). Não houve feridos graves. Segundo a Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários), o incidente aconteceu em uma das galerias, que abriga cerca de 150 apenados, e teria sido motivado por disputas internas.
Faltavam poucos minutos para a meia-noite quando a confusão começou. De acordo com a administração da casa prisional, uma turma de mais ou menos 100 homens entrou em confronto com outra, de 40, ambos os lados portando sarrafos de madeira, tijolos e outros objetos.
Após mais de 10 minutos de agressões de lado a lado, a BM (Brigada Militar) interveio, separando as facções, cujos respectivos integrantes foram enviados para diferentes pátios da PEJ, enquanto agentes providenciavam a limpeza e a vistoria das celas e corredores. Alegando motivos de segurança, parte dos presos se negou a retornar para as mesmas celas, motivando a sua transferência para outras galerias.
Informações desencontradas em redes sociais e aplicativos como o WhatsApp chegaram a dar conta de um suposto motim, com feridos graves. As autoridades, porém, desmentiram a hipótese, garantindo se tratar de mero boato.
Ocupando o segundo lugar no ranking de maiores presídios do Rio Grande do Sul, a PEJ tem oficialmente capacidade para 1.422 internos, mas suas instalações carcerárias abrigam hoje quase 2,7 mil.
Sem visitação
Por conta das medidas restritivas de combate ao coronavírus determinadas pelo governo gaúcho, a massa carcerária está sem visita desde o dia 23 de março. Além disso, os agentes da Susepe foram orientados a providenciar o isolamento e tratamento de presos que eventualmente apresentarem sintomas de Covid-19, a fim de proteger os detentos e também os servidores contra a pandemia.
Além disso, mais de 3 mil apenados que se enquadram em grupo de risco para a doença (idosos, hipertensos e outros segmentos) foram enviados para prisão domiciliar, mediante o uso da tornozeleira eletrônica e do cumprimento de outras exigências. A medida dividiu opiniões.
Outras medidas adotadas no âmbito do enfrentamento à doença foram o preenchimento de formulários específicos e a aquisição de instrumentos como termômetros para medição de temperatura corporal de presos e de servidores penitenciários. Também foram intensificados os protocolos de higienização pessoal e a limpeza regular das celas e galerias.
(Marcello Campos)