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Protestos na França tiveram mais de 1.700 manifestantes interpeladas e 1.220 presos

Só em Paris, houve 1.082 detenções e 96 pessoas ficaram feridas, entre elas 10 policiais, informou a polícia neste domingo. (Foto: Reprodução)

Um total de 1.723 pessoas foram detidas no sábado (08) na França, no quarto sábado consecutivo de protestos dos “coletes amarelos”, que levaram às rua 136 mil manifestantes, segundo o Ministério do Interior do país.

Só em Paris houve 1.082 detenções e 96 pessoas ficaram feridas, delas, dez policiais, segundo a polícia. Dentre esses detidos, ficaram sob custódia 1.220 pessoas, disseram neste domingo (09) fontes do Ministério.

“Globalmente a violência foi menor que na semana anterior e o nível de tensão diminuiu, mas a situação não é satisfatória”, declarou o porta-voz do Governo, Benjamin Griveaux, em entrevista à emissora “Europe 1”.

Coletes amarelos

A participação dos “coletes amarelos” nas ações que tinham convocado por todo o país, de acordo com as contas do departamento de Interior, foi a mesma do dia 1º de dezembro.

O porta-voz confirmou que o presidente francês, Emmanuel Macron, que não discursou publicamente em toda a semana, apesar da gravidade da situação, falará no começo desta, embora não tenha detalhado de que forma. Em sua conta do Twitter, Macron postou na véspera uma mensagem para agradecer as forças da ordem por sua “coragem e excepcional profissionalismo” que mostraram.

Os distúrbios da véspera foram de menor gravidade que os do sábado passado em Paris. Apesar disso, se repetiram cenas de carros queimados, lojas saqueadas, vitrines quebradas e barricadas nas ruas, em particular nos bairros de Champs-Elisees, nos Grandes Bulevares e na praça da República.

Fora da capital, algumas manifestações dos “coletes amarelos” acabaram em violência, como em Toulouse, em Saint-Etienne e em Bordeaux, onde um manifestante ficou gravemente ferido ao pegar com a mão uma bomba de gás lacrimogêneo.

Vandalismo

Foram registrados atos de vandalismo e carros incendiados em pontos isolados da capital.  A Torre Eiffel e o Louvre reabriram neste domingo, e comerciantes avaliam os danos provocados durante as manifestações.

Segundo as autoridades locais, os danos foram “muito maiores” do que nos protestos de 1º de dezembro. “Com menos barricadas, houve maior dispersão, e mais lugares foram afetados pela violência”, afirmou o vice-prefeito Emmanuel Gregoire.

“O presidente da República vai fazer anúncios importantes”, afirmou o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, sem dar detalhes. “Quando você vê esse nível de protesto, fica claro que precisamos de uma mudança de método”, acrescentou. “No entanto, nem todos os problemas dos ‘coletes amarelos’ vão ser resolvidos com uma varinha mágica.”

Na semana passada, Macron já havia voltado atrás na questão do aumento do imposto sobre os combustíveis, mas o movimento demanda ainda impostos mais baixos e o aumento do salário mínimo e das aposentadorias.

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