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Mais de 90 variantes de coronavírus foram identificadas no Brasil, diz pesquisador da Fiocruz

Ao longo da última semana, Pelotas apresentou aumento de 24,1% de internações em leitos clínicos, entre suspeitos e confirmados. (Foto: Reprodução)

Em entrevista a um grupo de comunicação nesta sexta-feira (30), o infectologista e pesquisador da Fiocruz Julio Croda afirmou que mais de 92 variantes de coronavírus foram identificadas no Brasil. Porém, ele explicou que nem todas essas cepas causam efetivamente um impacto epidemiológico.

“Geralmente o impacto acontece quando uma variante se torna prevalente”, disse Croda. “A questão é: uma delas vai se tornar predominante como se tornou em Manaus e outras cidades? Nesse caso, com certeza a cepa tem aspectos biológicos que trazem alguma vantagem.”

Com isso, o pesquisador explicou que essa situação ainda não é a de Belo Horizonte, em que pesquisadores emitiram um alerta sobre uma possível nova variante. “Possui as mesmas mutações principais da P1, ainda não se tornou predominante”, afirmou.

Outro ponto abordado pelo infectologista foi a autorização da Anvisa do estudo de fase 3 de um imunizante desenvolvido pelos laboratórios Medicago R&D Inc (Canadá) e GlaxoSmithKline (GSK – Reino Unido).

“Existe uma tendência de testar no Brasil, porque aqui há muita transmissão e muitos casos, então rapidamente você tem uma resposta sobre a proteção desses diversos imunizantes.”

Alta de óbitos até agosto

Croda avalia que a situação do País continuará sendo de alta de óbitos e casos pelos próximos três meses, até agosto, ao menos.

Ele disse que o período do inverno é mais propício para os vírus respiratórios: “A gente vai viver ainda junho, julho e agosto complicados. Na época do inverno, os vírus circulam mais intensamente, principalmente no sul e sudeste, que são as regiões mais populosas.”

Para Croda, o esforço da vacinação só começará a ter reflexos no último trimestre de 2022. “Para atingir a imunidade de rebanho, precisa de 70% ou 80% da população vacinada. Estamos muito longe disso. Nesse ritmo, só teremos mudança mais significativa no ano que vem, em 2021 ainda teremos muito sofrimento.”

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