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Mais uma unidade prisional registra rebelião no Rio Grande do Norte

É possível ver fumaça saindo dos pavilhões do Pereirão, em Caicó. (Foto: Reprodução)

O sistema prisional do Rio Grande do Norte registra mais uma rebelião. Acontece desde o início da noite desta quarta-feira (18) na Penitenciária Estadual do Seridó, o Pereirão, em Caicó, cidade da região Seridó do Estado.

Segundo a polícia, os presos do Pavilhão B quebraram um portão, entraram em uma área onde antigamente funcionava a cozinha da unidade e quebraram tudo. Guariteiros atiraram para conter maiores ações.

Os presos ainda atearam fogo em objetos e estão no teto da unidade empunhando bandeiras. Há muito fogo. O carro do Corpo de Bombeiros precisou reabastecer.

O Pereirão tem capacidade para 257 homens; havia em dezembro 297. A capacidade para mulheres é de 56; há 53. Os dados são do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Mortes
O sistema prisional potiguar vive dias de tensão e sangue. No sábado (16), presos do pavilhão 5 da Penitenciária Estadual de Alcaçuz se rebelaram e invadiram o pavilhão 4. Houve briga envolvendo duas facções rivais e 26 detentos foram mortos. Destes, 15 foram decapitados. Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal.

Segundo o secretário de Justiça e Cidadania, Wallber Virgolino, a rebelião em Alcaçuz começou na tarde do sábado (13) logo após o horário de visita. O secretário disse que os presos do pavilhão 5, que abriga integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), usando armas brancas quebraram parte de um muro e invadiram o pavilhão 4, onde há presos que integram o Sindicato do RN.

Na segunda-feira (16), os presos amanheceram em cima dos telhados dos pavilhões com paus, pedras e facas nas mãos, além de bandeiras com as siglas das duas facções criminosas. Por volta das 11h50min, a PM (Polícia Militar) entrou na área dos pavilhões e os detentos desceram dos telhados.

Na terça (17) os presos voltaram a se rebelar. A PM usou bombas de efeito moral e armas com munição não letal para conter os detentos. Eles seguem soltos dentro da unidade prisional, mas não há confronto entre as duas facções.

Além dos 26 mortos, o governo do Estado confirmou que existe a suspeita de que haja mais corpos dentro da unidade e que o Corpo de Bombeiros fará a busca dentro da fossa.

Ataques
Nesta quarta-feira (18), após a transferência de 220 presos de Alcaçuz, ônibus que circulam em Natal foram recolhidos às garagens por causa da falta de segurança. Ao menos 15 ônibus, dois micro-ônibus, um carro do governo do Estado e duas delegacias sofreram ataques criminosos.

Segundo o secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, está sendo investigado se os ataques têm relação com a crise no sistema penitenciário do Estado. “Pessoas já foram presas”, afirmou, mas sem revelar a quantidade de detidos.

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