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Manutenção do diretor-geral da Polícia Federal deve ajudar a acalmar os ânimos, em meio à briga de aliados da base do governo

Moro (D) também disse temer pelo futuro da Lava-Jato. Na foto, o ministro ao lado de Bolsonaro. (Foto: Carolina Antunes/PR)

O presidente Jair Bolsonaro disse ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, que manterá o delegado Maurício Valeixo no cargo de diretor-geral da PF (Polícia Federal). A decisão foi tomada durante reunião entre ambos no Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro se recupera da cirurgia para corrigir uma hérnia incisional realizada em São Paulo.

A promessa, se cumprida, ajuda a arrefecer os ânimos, no momento em que começam a aparecer fissuras entre “lava-jatistas” e bolsonaristas na base política e congressual do presidente. Essa divisão já teve consequências como a desfiliação da senadora Selma Arruda (MT) do PSL, partido de Bolsonaro. Ela alegou ter sofrido pressões para recuar da CPI da Lava-Toga.

O senador Major Olímpio (PSL-SP) acusou uma articulação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e disse que quem deveria deixar o partido era o filho do presidente. No encontro, Moro pediu a Bolsonaro que mantivesse Valeixo, um antigo aliado, no posto. Segundo fontes, o presidente cedeu aos apelos do ministro.

Depois da reunião, Bolsonaro afirmou a interlocutores que daria “mais um tempo” a Valeixo. Próximo de Moro, o delegado foi superintendente da PF no Paraná. Valeixo estava viajando de férias e volta ao trabalho nesta quinta-feira (19). A expectativa geral na PF era de que o diretor-geral fosse demitido tão logo retornasse, o que tem gerado apreensão entre colegas e aliados.

A notícia de que pode permanecer surpreendeu integrantes da cúpula da instituição, que davam como certa a sua saída. A possível saída de Valeixo vem sendo um dos principais focos de atrito entre o presidente da República e o ministro da Justiça.

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