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Massacre reacende debate sobre venda de armas nos EUA

Todas as armas e munições usadas no ataque foram compradas de maneira legal pelo casal. (Foto: AP)

Armados com fuzis semiautomáticos usados por exércitos ao redor do mundo, Syed Farook e Tashfeen Malik dispararam cerca de 70 tiros, deixando 14 mortos, em um centro de assistência social em San Bernardino, na Califórnia (EUA), mas tinham arsenal suficiente para provocar milhares de mortes. Na caminhonete em que fugiram, a polícia encontrou munição para 1,6 mil disparos. Outras 4,5 mil balas estavam armazenadas na residência do casal, onde também havia 12 bombas de fabricação caseira.

Todas as armas e munições foram compradas de maneira legal. A facilidade com que ambos se equiparam reacendeu o debate sobre o controle da venda de armas de fogo em um país no qual ataques a tiros indiscriminados ocorrem com frequência alarmante.

Só este ano, foram 353 casos, segundo o site Shooting Traker, que registra os ataques que deixam mais de quatro vítimas. A ausência de controles também contribuiu para que os Estados Unidos sejam líderes no ranking mundial de número de armas por habitantes. Estimativa feita pelo Washington Post com base em dados coletados pelo Congresso concluiu que há mais armas do que pessoas no país: 357 milhões em 2013, 40 milhões a mais do que a população nos EUA.

O FBI (polícia federal norte-americana) anunciou que o ataque passou a ser investigado como uma ação terrorista. Malik publicou uma mensagem no Facebook na qual manifestava lealdade ao EI, de acordo com reportagens dos principais meios de comunicação do país.

A legislação sobre comércio de armas nos EUA é definida pelos Estados. Depois do massacre na escola Sandy Hook, que em 2012 deixou 20 crianças e 6 adultos mortos, o Congresso esteve perto de aprovar projeto de lei que impunha a necessidade de checagem de antecedentes e sanidade mental dos candidatos a ter armas. Mas, mesmo sob o impacto daquele massacre, não houve número suficiente de votos para a mudança.

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